Economia

Universidades perdem 10% do orçamento. Cortes na UnB chegam a R$ 12 milhões

postado em 23/03/2011 07:05

A ordem da presidente Dilma Rousseff para que o governo corte gastos bateu à porta das universidades federais e começou a ameaçar, inclusive, a realização de pesquisas e desenvolvimento científico e tecnológico no país.

As instituições de ensino sofreram contingenciamento de 10% no orçamento para custeio, o que inclui gastos com material de consumo, água, luz e programas de assistência. Na Universidade de Brasília (UnB), a previsão é de que haja uma redução da ordem de R$ 12 milhões do orçamento total de R$ 127 milhões para despesas de custeio de 2011.

O decano de Planejamento da UnB, Paulo Eduardo Rocha, confirmou que, neste mês, a redução já foi verificada na liberação do limite financeiro, conforme registrado no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). ;Estamos revisando nossos contratos. Devemos economizar, por exemplo, com energia, água e com realização de serviços em geral. Mas nosso foco é manter as atividades da universidade;, disse.

O Ministério da Educação (MEC) explicou que o corte de 10% foi um pedido do secretário executivo da pasta, José Henrique Paim, em reunião no mês passado com os reitores de universidades. Embora não soubesse confirmar o contingenciamento dos recursos neste mês, o órgão afirmou que a possibilidade é real, mas não definitiva. ;Nenhuma universidade vai sofrer restrição de custeio ou investimento. Apenas solicitamos aos reitores que tenham uma postura mais conservadora em relação às finanças no primeiro semestre. Mas o orçamento será liberado gradativamente ao longo do ano;, comunicou o MEC.

Frustração

As restrições não atingem apenas os materiais utilizados no dia a dia da universidade. A decana de Pesquisa e Pós-graduação da UnB, Denise Bomtempo, recebeu a informação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) de que o financiamento para pesquisas não terá os valores elevados em 2011. ;A expectativa era que tivéssemos um aumento de 15% em relação ao ano passado. A notícia foi uma frustração geral. Não poderemos realizar novas ações para conseguir notas melhores na própria Capes;, afirmou. Em 2010, o valor para as bolsas e custeio de pós-graduação na UnB foi de R$ 16,5 milhões. Este ano, eram esperados R$ 21,8 milhões.

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