Economia

Preços dos combustíveis devem cair, diz presidente da Fecombustíveis

postado em 05/04/2011 18:17

Rio de Janeiro ; A disparada dos preços dos combustíveis em todo o país não deve se sustentar. A tendência é de redução do valor, embora acima do patamar registrado em 2010. A avaliação foi feita nesta terça-feira (5/4) à Agência Brasil pelo presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares.

Vilão

Ele credita ao valor do álcool anidro, misturado na proporção de 25% à gasolina comum, os reajustes feitos em todo o país nas últimas semanas. ;O preço da gasolina pura, na refinaria da Petrobras, está estável. Há pelo menos um ano e meio, ela não faz reajuste de preço. O valor sobe em função do álcool anidro misturado, que já subiu mais de 100% do ano passado até março.;

O presidente da Fecombustíveis afirmou que o preço da gasolina deverá chegar em dezembro a menos de R$ 3, valor que já está sendo praticado em alguns postos de combustíveis pelo país. ;Aposto que vai chegar no final do ano abaixo de R$ 3. A partir de abril, 80% das usinas já vão estar iniciando a safra. Assim que aumentar a oferta do produto, o álcool anidro deve baixar de preço e consequentemente a gasolina deve começar um processo de redução no valor.;

No entanto, Soares não crê que os preços dos combustíveis voltem aos níveis do ano passado. ;Não acho que vai voltar aos patamares de meados de 2010, porque a produção de álcool no Brasil não acompanhou o crescimento do mercado. Não vamos chegar aos preços do ano passado, mas com certeza absoluta os preços vão baixar.;

Soares afirmou não ver qualquer influência da crise no Oriente Médio no aumento dos combustíveis no Brasil. ;Até agora, não há nenhuma influência. O preço do barril de petróleo está subindo, já está em US$ 108, mas não teve influência no preço que a Petrobras realiza no mercado interno. Esta subida na gasolina se dá exclusivamente em função da produção do álcool, que não está atendendo à demanda.;

Autossuficiente

;Não acredito nesse possibilidade [de alta de combustíveis]. A Petrobras é autossuficiente em petróleo e já consegue atender a demanda nacional. A decisão é política. O governo leva em conta o que isso geraria nos índices de inflação. Até este momento, não vejo por parte do governo interesse em mexer no preço, porque a Petrobras deve entender que a crise é passageira. Assim que terminar o conflito na Líbia, a tendência é voltar aos preços normais.;

Segundo a última pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente ao período de 27 de março a 2 de abril, o preço médio do litro da gasolina no país era de R$ 2,714 e o do etanol, de R$ 2,296. O valor médio mais alto da gasolina foi registrado no Centro-Oeste, de R$ 2,891, e o menor no Sudeste, R$ 2,670. O etanol teve o maior valor médio no Sul, de R$ 2,406, e o menor no Nordeste, R$ 2,112.

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