postado em 16/04/2011 08:00
Wasghington ; O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, emitiu ontem um forte sinal de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai aumentar mais uma vez a taxa básica de juros (Selic) na reunião da semana que vem. Em discurso num seminário do centro de estudos Brookings Institution, na capital norte-americana, ele deixou claro que a equipe econômica vai continuar reagindo à alta da inflação ; o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses está em 6,3%, perto do teto da meta (6,5%).;Estamos trabalhando pela estabilidade monetária. Estamos no meio de um ciclo de aperto monetário no Brasil;, disse Tombini, sacramentando uma nova alta da Selic para conter a inflação. Depois da participação, subiram as apostas entre os analistas de mercado de que o Copom vai, de novo, aumentar em 0,5 ponto percentual a taxa, que passaria a 12,25% ao ano. ;Estamos apertando as condições de crédito, ao mesmo tempo em que lidamos com os efeitos diretos e indiretos desses fluxos globais de capital.;
Tombini atribuiu parte do repique inflacionário à quantidade de dinheiro à disposição no mundo por causa das medidas de afrouxamento monetário dos países desenvolvidos, que lutam para estimular a recuperação de suas economias. Segundo ele, que está nos Estados Unidos para participar da reunião de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird), mesmo comprando dólares todos os dias, o BC não consegue neutralizar os efeitos da enxurrada de recursos que entram no país.
;Do ponto de vista da política monetária, a entrada de capital estrangeiro tem o potencial de desfazer o que o Banco Central fez;, disse. Na sua visão, isso exige que o governo brasileiro tenha uma política monetária ;autônoma; para evitar que o fluxo líquido de dinheiro, que chegou a US$ 35,5 bilhões, ponha em perigo a estabilidade do poder de compra do real.