Economia

Infraero vai modernizar fluxo de bagagens em aeroportos

Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 17/04/2011 10:56
Para conter a avalanche de bagagens extraviadas ou proibidas em voos que decolam do país, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) pretende implantar um sistema automático de fluxo e triagem nos seus principais terminais. O presidente da estatal, Gustavo do Vale, informou ao Correio que já foram encomendados estudos para a mudança, ressaltando que problemas dessa ordem são, inicialmente, de responsabilidade das companhias aéreas. ;Funcionários da Infraero estão proibidos de colocar as mãos nas bagagens, embora sejamos os donos das esteiras;, lembra.

Nas últimas semanas, cresceram as queixas de passageiros sobre volumes perdidos e demora na retirada de seus pertences no desembarque, além de notícias sobre transporte irregular de armas e de animais. ;Fora dos horários de pico, os aeroportos brasileiros não excedem a sua capacidade de operação e têm até uma folga, incluindo a restituição de malas. Mas a lentidão é óbvia quando uma só esteira está aberta para a chegada de muitos voos;, comenta Vale.

O modelo automatizado a ser usado pela Infraero deverá se parecer com o que já é adotado em alguns dos maiores terminais do mundo. De acordo com o presidente, os investimentos a serem feitos nessa e em outras áreas voltadas à comodidade dos cidadãos não têm como alvo a realização da Copa do Mundo, em 2014, ou das Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) garante que os principais aeroportos do país não ficarão prontos para os dois mais importantes eventos esportivos globais.

As alterações nas esteiras, na concepção da Infraero, são uma resposta à crescente demanda nacional por serviços aeroportuários. De 2009 para 2010, a circulação de passageiros nos 67 terminais da Infraero subiu de 113 milhões para 155 milhões. Até dezembro, o número deve chegar a 180 milhões.

Segundo João Márcio Jordão, diretor de Operações da empresa, o Brasil não vai adotar nenhum esquema complexo no trânsito de bagagens, como o de aeroportos nos Estados Unidos. Com inspeções focadas na segurança, o procedimento norte-americano se divide em etapas, conforme a identificação de itens suspeitos. Em certos países europeus, a legislação obriga cinco níveis de sondagem.

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