Agência France-Presse
postado em 18/04/2011 14:42
LISBOA - Dirigentes da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciaram negociações difíceis com Portugal nesta segunda-feira (18/4) nos termos e nas condições de um resgate financeiro, num momento em que o resultado bem-sucedido de um partido anti-UE nas eleições na Finlândia lança uma dúvida quanto à sua viabilidade.As negociações sobre um acordo que deverá valer até 80 bilhões de euros (115 bilhões de dólares) seguem uma missão técnica realizada na semana passada em Lisboa pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional.
Um porta-voz para a UE em Lisboa afirmou que os dirigentes estavam em Lisboa para obter "as opiniões e os argumentos de todos os partidos", enquanto eles entravam em negociações com o ministro da Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, e outros líderes.
O principal partido da oposição de centro-direita, liderado por Pedro Passos Coelho, cotado para ganhar as eleições de 5 de junho, afirmou que encontrará os dirigentes, mas partidos da extrema-esquerda, incluindo os Comunistas e Verdes, afirmaram que não vão.
O governo do primeiro-ministro José Sócrates caiu no mês passado quando o Parlamento rejeitou o seu último plano de austeridade, forçando Lisboa a se curvar à pressão do mercado e buscar um resgate da UE e do FMI.
As conversas sempre serão difíceis, já que a ajuda é vista como uma humilhação nacional em Portugal, mas a vitória eleitoral do partido nacionalista finlandês Verdadeiros Finlandeses lança outra sombra sobre o acordo.
Os finlandeses profundamente eurocéticos Verdadeiros Finlandeses se tornaram o terceiro maior partido das eleições de domingo, obrigando o parlamento à direita e ameaçando deter ou até sabotar a participação da Finlândia no terceiro plano de ajuda da zona do euro.
Bruxelas precisa esperar para ver se a Finlândia vai vetar os resgates dos estados endividados da UE - um conceito que os Verdadeiros Finlandeses rejeitam categoricamente - mas insistiu nesta segunda-feira que está "muito confiante" de que Helsinki irá aprovar.
"Estamos muito confiantes de que a Finlândia continuará a honrar seus compromissos e estamos trabalhando com a Finlândia neste espírito", afirmou a porta-voz da Comissão Europeia, Pia Ahrenkilde.