postado em 18/04/2011 15:17
São Paulo ; O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, afirmou hoje (18) que a concorrência pública para construção da primeira linha brasileira para trem de alta velocidade (TAV), conhecido como trem-bala, pode passar por novos ajustes. O leilão que decidirá a empresa que vai assumir o projeto, marcado para julho após dois adiamentos, está mantido.;Ajuste de edital, [com o objetivo de] criar uma condição melhor para que mais empresas possam participar, por exemplo, pode ser feito;, afirmou Figueiredo, após participar de um seminário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). ;Esses ajustes não implicam adiamento.;
[SAIBAMAIS]Segundo Figueiredo, o leilão foi adiado pela segunda vez para que as empresas interessadas pudessem se associar para participar do leilão. Outro motivo para o adiamento foi o atraso na aprovação, pelo Congresso Nacional, do empréstimo de R$ 20 bilhões para a empresa vencedora do leilão. Esse empréstimo será concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com esses problemas resolvidos, o diretor-geral da agência reguladora espera que três consórcios de empresas se candidatem para construir e operar o TAV. Esses grupos devem, de acordo com a expectativa de Figueiredo, ser formados por uma construtora brasileira e uma empresa de tecnologia de transporte estrangeira. Ele afirmou, contudo, que, mesmo que só um grupo se candidate, o leilão será feito. Mas Figueiredo informou que cinco grupos estrangeiros já demonstraram interesse em participar do projeto do TAV. Isso, segundo ele, demonstra que o projeto é viável e rentável. "Deve gerar um retorno [para o capital investido] de 10,5% ao ano", resumiu.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, concorda com Figueiredo e disse que vai se reunir com investidores interessados no TAV para verificar se há pontos específicos que comprometem a participação no leilão. Para ele, o modelo que o Brasil escolheu para construir o primeiro trem-bala é viável e a obra é necessária para o país.
;Eu pretendo, esta semana, sentar com os possíveis investidores e entender o que está faltando;, disse Skaf. ;Vamos tentar aparar as arestas para que tenhamos o trem como realidade.;
O TAV está orçado em R$ 33 bilhões. O governo federal se comprometeu a investir diretamente no projeto 10% desse valor por meio de uma nova empresa estatal. R$ 20 bilhões serão investidos por meio de empréstimos. Como esses empréstimos terão juros subsidiados, eles devem custar ao contribuinte cerca de R$ 5 bilhões.
A construção do trem-bala deve começar no segundo semestre de 2012 e a entrada em operação está prevista para 2018. A ANTT espera, porém, que alguns trechos da linha que ligará Campinas ao Rio de Janeiro, passando por São Paulo, estejam operando nas Olimpíadas de 2016. Quando estiver em pleno funcionamento, o TAV deve transportar cerca de 100 milhões de passageiros por ano. A viagem entre São Paulo e Rio de Janeiro poderá ser feita em menos de duas horas e custará, no máximo, R$ 200.