Economia

Com previsão de 15% de aumento nas vendas, comércio já festeja a Páscoa

postado em 23/04/2011 08:00
Vista como um dos principais feriados do calendário do setor varejista, a Páscoa deste ano está recheada de otimismo para os comerciantes. A expectativa de crescimento nas vendas gira em torno dos 15%, apesar das reclamações dos consumidores com relação aos elevados preços dos produtos mais procurados, como chocolates e pescados.

O aumento de renda da população e a grande parcela de trabalhadores com carteira assinada são apontados por representantes do segmento de varejo como os principais responsáveis pela previsão positiva de vendas. Para o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop), Luís Augusto Ildefonso, os índices de venda devem atingir patamares recordes. ;Percebemos que tanto o ânimo da indústria quanto o do varejo estão altos. Crescer após um período excelente, como foi o ano passado, mostra que há motivos para a euforia;, explicou. Ildefonso lembrou que o aumento nas vendas deve ocorrer não apenas com o chocolate, produto de maior comercialização no feriado. ;Muitas pessoas dão, além de ovos, bichos de pelúcia, brinquedos e até roupas como presente. Por isso, esperamos uma venda acentuada de todos os produtos. Pode ser que nossas projeções sejam até superadas;, disse.

Outro fator visto como positivo para os comerciantes foi a data da Páscoa deste ano, na última semana do mês. ;Geralmente, as pessoas deixam as compras para a última hora, esperando sair o pagamento. Mas nesta Páscoa a gente percebe que muitos consumidores se programaram e foram às lojas com antecedência;, avaliou o presidente em exercício do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), Edson de Castro.

As expectativas de vendas de pescados também são promissoras. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) estima vender, apenas na semana santa, 3 mil toneladas de peixes. A venda, que é feita exclusivamente para atacadistas, foi aberta ontem para quem quiser comprar também no varejo.

Mesmo com a expectativa de alta no comércio de produtos típicos da Páscoa, muitos consumidores se assustaram com o preço e prometem reduzir o consumo neste ano. É o caso do bombeiro Kalleu Portela, 24 anos, e de sua mãe, Maria das Graças Portela, 44. Após compararem os valores dos ovos de chocolate, notaram que houve elevação. ;Costumo levar chocolates para a família inteira, inclusive para meus afilhados. Mas, desta vez, só meu neto vai ser presenteado;, contou Maria. ;E eu só vou comprar para a minha namorada, porque os preços estão altos;, completou o filho.

O servidor Gildemar Alves da Silva, 44, pai de Juliana Helena da Silva, 6, deve levar a mesma quantidade de quitutes que comprou no ano passado. ;Na verdade, são as crianças que fazem a festa na Páscoa. A gente tem que levar, mesmo que esteja caro;, argumentou. Para tentar economizar, ele revela uma tática que pode ser interessante para os pais. ;Deixo a Juliana escolher três ovos e, entre eles, vejo o mais barato. Acaba sendo o melhor para ela e para o meu bolso;, explicou.

Já a advogada Luciana Ximenes não fez cerimônia na hora de decidir quantos ovos levaria para casa. Após gastar a sola dos sapatos atrás de promoções, comprou mais de 10, para presentear parentes e amigos. ;Fiz uma boa pesquisa e encontrei preços ótimos. Neste ano, o feriado será farto lá em casa;, disse a advogada, que aconselha os consumidores a não realizarem as compras para o feriado na primeira loja em que entram.

Oportunidades para os jovens
O fim da Páscoa deve representar a oportunidade do primeiro emprego para ao menos 4,3 mil jovens no Brasil. Levantamento do Instituto de Pesquisa Manager (Ipema) estima que 28% dos cerca de 70 mil trabalhadores contratados temporariamente para a data devem permanecer no emprego após o período, o que representa trabalho efetivo para 19,6 mil brasileiros. Desse total de vagas, 22% devem ser preenchidas por jovens sem experiência. No ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), as vagas de trabalho temporárias abertas em picos sazonais como Páscoa, Dia das Mães, férias de julho e Natal significaram primeiro emprego para 67,5 mil jovens em todo o Brasil. O período da Páscoa só perde para o do Natal no número de contratações.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação