O aquecimento da construção civil gerou um efeito colateral para as empresas de telecomunicação interessadas em expandir a infraestrutura para a banda larga no país. O problema é que falta mão de obra qualificada para construções básicas do setor, tais como instalação de torres, estações de rádio e fibras ópticas. Em uma tentativa de superar esse obstáculo, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) quer obter o apoio do Ministério do Trabalho para que o governo invista, pelo menos, R$ 30 milhões no treinamento de beneficiários do Bolsa Família, por meio do uso de recursos do sistema de Planos Setoriais de Qualificação dos Trabalhos (Planseq).
Levy Moreira, diretor-executivo do Sinditelebrasil, argumenta que a mão de obra para implementar a infraestrutura da banda larga no país está cada vez mais escassa e cara. "Os profissionais que exercem esse tipo de trabalho migram com facilidade para onde há salários melhores. Hoje, todos estão absorvidos pelas empresas de construção civil", disse. A situação pode ficar ainda mais grave depois que for concluída a licitação para a internet 4G ;prevista para o ano que vem ;, já que as ondas que levarão essa banda larga são mais curtas e, portanto, demandarão mais torres.
Moreira defendeu ainda as discussões para a massificação da banda larga no país devem reunir todas as companhias de telefonia, fixa e móvel. No entender de Levy, entretanto, as regras não podem ser iguais para todo o país devido às especificidades geográficas, demográficas e econômicas de cada região.