postado em 28/04/2011 18:33
São Paulo ; O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que 7,3 milhões de trabalhadores brasileiros ficarão desempregados este ano. Desses, 73% não terão experiência e qualificação necessária para concorrer aos empregos existentes no país.Os dados constam de um estudo divulgado hoje (28/4) pelo instituto. De acordo com o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, apesar do país ainda ter um excesso de mão de obra qualificada, a falta de formação dos trabalhadores deve se tornar ainda mais grave no país com o tempo.
;Se continuarmos a crescer no ritmo atual, vamos ter problemas;, afirmou Pochmann, durante a apresentação do estudo Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil: Projeções para 2011. ;Nós temos mão de obra qualificada para o tipo de empregos que a economia brasileira vem gerando. Mas, conforme a nossa economia vai se desenvolvendo, a demanda será mais especializada.;
Segundo o presidente do Ipea, 80% dos empregos do país estão em pequenas empresas. Pochmann disse também que 90% das vagas de trabalho abertas no mercado nacional oferecem salários até 3 salários mínimos, o equivalente a R$ 1.635.
Para esses empregos, o nível qualificação exigida não é alta. Porém, afirmou Pochmann, com o crescimento da economia, mais empregos devem surgir, a exigência deve aumentar e a qualificação pode se tornar um problema do mercado de trabalho.
Para minimizar isso, o presidente do Ipea defende mudanças no sistema de qualificação dos trabalhadores. Na opinião dele, no Brasil, mais pessoas deveriam ser treinadas dentro das empresas. ;A quantidade de trabalhadores formados em estágios e programas trainees é pequena. Temos muita gente em cursos oferecidos por escolas, fora das empresas;, afirmou.
Pochmann falou que esses cursos são importantes. Contudo, alguns postos de trabalho exigem uma qualificação ainda maior que, nesse tipo de programa de formação, os trabalhadores não obtêm. ;O governo poderia incentivar às empresas que treinam seus funcionários dentro do ambiente de trabalho;, sugeriu.
Ele defendeu também um planejamento de longo prazo dos programas de formação profissional. Pochmann disse que empresas e governo precisam conversar sobre a necessidade de mão de obra para direcionar os investimentos na solução de possíveis ;gargalos;.