postado em 07/05/2011 17:50
Em época de inflação em alta e restrições ao crédito, comprar o presente de Dia das Mães exige mais cuidados. Para fugir dos preços abusivos e do imposto maior no cartão de crédito e no cheque especial, a dica é pesquisar bastante e parcelar o mínimo possível, segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).De acordo com Tatiana de Queiroz, advogada da entidade, a pesquisa é essencial para driblar os preços mais altos. A advogada destaca ainda que os consumidores devem percorrer pelo menos três lojas antes de fazerem a compra. Segundo ela, a internet atua como boa aliada nessas horas. ;O comprador ganhará tempo se fizer uma pesquisa prévia nos sites das lojas;, comenta.
Para avaliar preços, no entanto, o consumidor precisa conhecer o gosto das mães. ;O consumidor deve sair às ruas sabendo a numeração [de roupas e sapatos] e qualquer especificação necessária. Fica mais fácil escolher e comparar valores;, diz.
Encontrar um presente que caiba no bolso tornou-se a principal dificuldade do taxista Francisco Alves, 42 anos, que na semana passada estava em dúvida sobre o que comprar para a mulher. ;Comprar presente para minha mulher é complicado, ela só usa coisa de marca;, afirma. Nesse caso, segundo a advogada, uma conversa antes de sair para a loja pode resolver o problema: ;Às vezes, o presente de que ela precisa pode ser mais barato. Pode não ser surpresa grande, mas certamente ela gostará.;
Em relação ao crédito, a especialista recomenda que os consumidores evitem recorrer ao crédito rotativo e ao cheque especial. Essas modalidades ficaram mais caras não apenas por causa do aumento dos juros, mas também do reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito a pessoas físicas.
Para a advogada da Proteste, o ideal é pagar à vista. ;Além de fugir dos juros, o consumidor que paga tudo na hora às vezes consegue descontos se souber negociar;, diz. ;Qualquer tipo de parcelamento tem juros embutidos, mesmo nas lojas que oferecem pagamento em várias vezes sem juros.;
Se o consumidor não tiver como deixar de parcelar, a especialista sugere o cheque pré-datado e o crediário como instrumentos para evitar o IOF maior. Nesses casos, no entanto, ela ressalta que é necessário planejamento para não esquecer o dia dos pagamentos, anotando as datas e até colocando avisos no celular ou no computador para impedir que o valor seja debitado sem dinheiro na conta.
Nas compras com cartão de crédito, a sugestão é pagar o valor total da fatura para não cair no crédito rotativo. De acordo com a especialista, o consumidor deve estar consciente de que precisará ter o dinheiro da mercadoria (ou da parcela) na data de vencimento da fatura. ;Se não pagar o valor total da fatura, o cliente na prática toma um empréstimo com juros altíssimos e o presente, no fim das contas, sai mais caro.;
Segundo Tatiana, as precauções podem ser resumidas no seguinte conselho: verificar se a compra está dentro das possibilidades de cada consumidor. ;Antes de tudo, o consumidor tem de ver se o presente cabe no orçamento;, explica.
Enquanto os consumidores tentam driblar os preços e os juros altos, as lojas investem em brindes para não perderem vendas. Itamar Cordeiro é gerente de uma loja de calçados em Brasília que lançou uma promoção para atrair filhos e maridos. Quem compra acima de R$ 200 leva de brinde um estojo de maquiagem. ;Já estamos até aumentando o número de funcionários;, diz o gerente entusiasmado.