Economia

Candidato mexicano diz que emergentes estão capacitados para dirigir o FMI

postado em 01/06/2011 17:10
O candidato mexicano à direção do Fundo Monetário Internacional (FMI), Agustín Cartens, disse nesta quarta-feira em Brasília que os países emergentes estão capacitados para ajudar a solucionar a crise na Europa e pediu "mente aberta" aos membros do organismo multilateral para eleger a um mexicano.

Diretor do Banco do México, Carstens iniciou no Brasil uma série de viagens internacionais que fará para pedir apoio aos países emergentes a sua candidatura, seguindo para Argentina, China e Índia.

O mexicano compete pelo apoio dos países emergentes com a candidata francesa Christine Lagarde, que, apoiada em peso pela Europa, também iniciou no Brasil uma série de visitas à grandes nações em desenvolvimento.

"Os latino-americanos, os emergentes, têm a capacidade, o conhecimento e a experiência para contribuir para a resolução da crise da Europa e para os problemas tão importantes que enfrentam algumas regiões como o norte da África e o Oriente Médio", afirmou Cartens em uma coletiva de imprensa junto ao ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega.

Cartens fez também uma ampla defesa do aumento da cota de participação dos países emergentes no Fundo Monetário, que é a principal reivindicação dos BRICS, que agrupam Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo, no entanto, ainda não possui uma candidatura unânime.

O mexicano também defendeu políticas econômicas mais flexíveis do Fundo, que sejam adequadas às necessidades econômicas atuais.

"O FMI deve ter uma atitude flexível quanto ao julgamento das políticas econômicas dos diferentes países", disse Cartens, que elogiou o fato de o Fundo ter reconhecido recentemente "a validade do direito de impôr controles de capitais e a possibilidade de acumular reservas".

"A candidatura de Cartens é importante porque ele se colocaria como um representante dos países emergentes", disse o ministro brasileiro, dois dias depois de receber a francesa Lagarde na mesma sala de imprensa.

Mantega, contudo, disse que o Brasil não anunciará a qual candidato apoia até que se encerre o prazo de apresentação dos candidatos, no dia 10 de junho, e afirmou que a decisão se baseará nos méritos dos candidatos e em seu compromisso, primeiro em aumentar a participação dos países emergentes e segundo por sua postura aberta "ante os problemas econômicas".

"O FMI pode voltar a ser o que era antes: um representante do G7 ou G8 que também acolhe aos países emergentes e em desenvolvimento do G20", disse Mantega.

Lagarde, ministra de Finanças da França, se comprometeu na segunda-feira no Brasil a "aprofundar" as reformas no FMI para dar mais peso aos países emergentes.

Lagarde e Cartens aspiram ocupar o lugar de Dominique Strauss Kahn, que abriu mão da diretoria do Fundo no dia 19 de maio após acusações de tentativa de estupro.

O presidente do México, Felipe Calderón, por sua vez, pediu na terça-feira o apoio da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Lagarde, no entanto, continua sendo a provável sucessora de Strauss Kahn por ter apoio europeu, dizem especialistas.

A Espanha anunciou na terça-feira apoio ao México pois, apesar de preferir a francesa, compartilha uma cadeira executiva no Fundo com o México, Venezuela e países centro-americanos que os compromete ao voto comum. O Uruguai também anunciou apoio ao mexicano.

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