Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo volta a perder patamar dos 100 dólares em Nova York

NOVA YORK - Os preços do barril de petróleo voltaram a perder o patamar psicológico dos 100 dólares nesta sexta-feira em Nova York, devolvendo grande parte dos ganhos registrados pelos movimentos de alta - gerados pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de não aumentar suas cotas de produção. Em Londres, o recuo foi de menos de um dólar.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude") negociado nos EUA para entrega em julho fechou cotado a 99,29 dólares, em baixa de 2,64 dólares em relação à quinta-feira.

No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento perdeu 79 centavos, a 118,78 dólares.

Desde a decisão da Opep, divulgada na quarta-feira, de manter as cotas de produção nos mesmos patamares atuais, a commoditie havia obtido ganhos de mais de três dólares. "A Opep realmente perdeu credibilidade", disse Rich Ilczyszyn, da Lind-Waldock, em alusão às divergências entre seus países membros.

Segundo os especialistas, a principal dúvida dos investidores agora é se a Arábia Saudita, que era a favor de um aumento da produção, irá realmente manter seus níveis de extração ou se irá aumentá-los. "As indicações são de que a Arábia Saudita irá de fato aumentar sua produção", disse Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.

Analistas do JPMorgan, por sua vez, consideram que o país deverá produzir 10 milhões de barris diários em julho, num aumento de mais de 500.000 barris diários em relação ao mês anterior. Segundo eles, algumas refinarias asiáticas têm comprado volumes adicionais de petróleo em relação às quantidades habituais.

Por outro lado, o avanço do mercado petroleio foi posto à prova por vários indicadores econômicos que mostram uma desaceleração da atividade econômica em várias regiões do globo. Entre esses fatores de desaceleração estão o menor crescimento da China, motor da demanda de energia, além de dados decepcionantes sobre a produção industrial na Zona Euro e no Reino Unido.

Os preços do petróleo também têm sido afetados pelo fortalecimento do dólar, em particular por conta da queda do euro, que tem sido minado pelas incertezas sobre o plano de ajuda financeira à Grécia.