Economia

Brasil está em terceiro lugar na expectativa de criação de empregos

postado em 15/06/2011 08:51
Mesmo com a evidente desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira, as contratações continuam a todo vapor ; 41% das empresas instaladas no país pretendem aumentar o número de funcionários no terceiro trimestre deste ano e apenas 4% dos empregadores querem pisar no freio. Com isso, a expectativa líquida de emprego é de 37% nos próximos meses. O número leva o Brasil à terceira colocação no ranking mundial, atrás apenas da Índia (47%) e de Taiwan (39%). Os dados são da consultoria de recursos humanos Manpower.

Riccardo Barberis, porta-voz do estudo, destaca que a expectativa de emprego do Brasil recuou três pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, não há razão para preocupação. ;A economia não cresce no mesmo patamar de 2010 e a geração de empregos acompanha isso. Entretanto, o país ainda cresce. Por isso, não há motivo de desânimo, até porque ficamos entre os primeiros do mundo;, observou. Ele assegurou, no entanto, que a escassez de mão de obra qualificada ainda é um problema. ;Em uma de nossas pesquisas, constatamos que 57% das empresas brasileiras têm dificuldade em preencher funções críticas.;

[SAIBAMAIS]O setor de finanças, seguros e imobiliário é o mais otimista. No total, 58% dos empregadores dessa área pretendem empregar mais em julho, agosto e setembro. ;O emprego formal teve alta e, por consequência, trabalhos relacionados às finanças também crescem;, esclareceu Barberis. Em seguida, vem a construção civil, com 47% de perspectiva de empregos. O ramo apresentou queda de 6% em relação ao ano passado, mas continua forte. ;O país vem crescendo em infraestrutura, principalmente por causa da Copa do Mundo de 2014. Ou seja, é um setor que continuará aquecido por um bom tempo.;

Propostas
A estudante de arquitetura Andressa Batista Arantes, 24 anos, já recebeu diversas propostas de contratação e acredita que as empresas ligadas à construção civil estejam entre os melhores empregadores. ;Até comecei a estudar para concurso público, mas, quando entrei num estágio, vi que o mercado está aquecido. Pego o diploma no fim do ano e uma construtora já garantiu que minha carteira será assinada;, disse. Ela contou que as empresas disputam funcionários de forma acirrada. ;Nesse segmento, para segurar um funcionário é preciso tratá-lo muito bem.;

Empresas do comércio atacadista e varejista também diminuíram a expectativa de aumento do número de funcionários em relação a 2010 ; de 33% para 28%. Ainda assim, o setor continua com uma previsão robusta de contratações para o próximo trimestre. O especialista da Manpower analisa que o índice é alto. ;Em outros países, a área que mostra melhores taxas fica abaixo dessa;, observou. Para ele, a alta geração de empregos é uma tendência dos países emergentes.

O shopping da rede Iguatemi em Brasília é um exemplo do bom momento vivido pelo comércio. No último trimestre, foram gerados 50 empregos na unidade. Hoje, com a inauguração das lojas Renner na unidade, outras 44 pessoas serão contratadas. Para julho, agosto e setembro, a previsão é de que 150 postos sejam criados. A diretora-geral do empreendimento, Daniela Fae Vallejo, atribuiu o sucesso do setor ao poder de compra da população, que vem aumentando. ;Tenho 15 anos de atuação no ramo e vejo que ele cresce cada vez mais;, afirmou.

Em sentido contrário, países desenvolvidos, como a Espanha, que prevê diminuição de 7% nas contratações, Grécia (-5%) e Itália (-4%) estão nas últimas colocações da lista. O economista Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios, destacou que o resultado ainda reflete a crise financeira internacional, deflagrada em 2008. ;Com certeza, esse foi um ponto negativo para a economia dessas nações. Esses países estão em recessão e não há previsão de melhora a curto prazo;, afirmou.

No mês
O emprego formal está em alta. Em maio deste ano, foram criados 298.041 postos de trabalho, apontou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O crescimento foi impulsionado pelo setor de serviços, com 86.104 novas vagas. Em seguida, vêm agropecuária (62.247), indústria da transformação (62.220), comércio (43.465) e construção civil (39.082).


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