postado em 19/06/2011 12:30
Brasília - O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, convocou hoje (19/06) os membros do Parlamento para um acordo nacional e afirmou que cortes "dolorosos" dos gastos públicos são a única solução para a crise gerada pela dívida do país.
Falando ao Parlamento, no início de um debate de três dias sobre a crise financeira grega, Papandreou disse que o país está em um ponto crucial, sob o risco de um calote catastrófico caso não haja nenhuma ação. O premiê também pediu que os parlamentares apoiem o novo gabinete e o novo ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, anunciados na última sexta-feira (17).
Enquanto isso, ministros das Finanças da zona do euro se reúnem em Luxemburgo para discutir medidas para reverter a crise grega, que corre o risco de contaminar outros países europeus, bem como o sistema financeiro internacional.
Entre as opções está um novo pacote de ajuda à Grécia, além do empréstimo de US$ 110 bilhões aprovado no ano passado. Os ministros discutirão ainda se aprovam o repasse da quinta parcela do pacote, de 12 bilhões de euros.
Caso uma nova ajuda financeira não seja aprovada, a Grécia corre o risco de decretar moratória de sua dívida, aumentando assim o custo dos empréstimos tomados por outros países e levando a novos calotes.
Papandreou afirmou que a Grécia ficará sem dinheiro caso os políticos do país não tomem nenhuma atitude. "Peço uma renovação na confiança no governo, porque o país se encontra em um ponto crucial", afirmou. O premiê disse que um acordo deve ser atingido para acabar com a "imagem de desunião" que está afetando a imagem da Grécia.
O primeiro-ministro grego defendeu ainda uma reforma política, propondo um referendo ainda este ano para definir possíveis mudanças na Constituição. No entanto, integrantes da oposição que se opõem ao plano de cortes do governo rejeitaram o apelo do premiê.
Alguns parlamentares também pediram que o primeiro-ministro renuncie e convoque eleições. Na próxima terça-feira (21), o Parlamento irá votar uma moção de desconfiança contra o novo gabinete.