Economia

Econômicas e ágeis, as motos conquistam cada vez mais as mulheres do país

postado em 30/06/2011 08:18
Renata Guerra e sua BMW: trabalho e lazer juntosHá 18 anos, a cabeleireira Sueli de Oliveira, 40 anos, decidiu comprar uma scooter 50cc com o primeiro salário. Tirou a carteira e passou a pilotar motos mais potentes também, até adquirir a sua Garinni 250cc. A motocicleta é companheira para todas as horas e o único meio de transporte da cabeleireira. Com ela, Sueli vai trabalhar, pagar as contas, fazer compras no supermercado, passear e viajar nos fins de semana. ;Sempre tive moto e não tenho habilitação de carro. Sinto-me livre com ela;, explica. ;Para guardar as compras, uso os alforjes (bolsas especiais para motos), que ficam nas laterais.;

Sueli descobriu a praticidade, a economia e a agilidade de locomoção que só as motos oferecem. Assim como ela, muitas consumidoras decidiram investir nesse meio de transporte. Segundo o Detran são 23.946 das habilitações no Distrito Federal. Isso para uma frota que passou de 25 mil unidades, em 2000, para 137 mil.

Dados da Abraciclo (associação que reúne os fabricantes nacionais) confirmam o aumento da demanda no Brasil: meio milhão de motocicletas vendidas em 2010 para o público feminino ; 25% do total comercializado pelo setor. Uma conquista que vem crescendo desde 1995, quando a fatia do segmento era de 15%.

Pequenas e eficientes
A segmentação do setor de motocicletas por cilindradas registrou 83% da preferência pelos modelos até 150cc. Apesar de serem menos potentes, conseguem atender às necessidades do dia a dia, economizar combustível e são usados como meio de trabalho, no caso das motogirls.

A gerente financeira Débora Patrícia de Alcântara, 26 anos, já tentou trocar a companheira Biz 100cc, apelidada de Papa-léguas, por um carro. Contudo, o aumento no orçamento pesou no bolso. ;Vendi a moto para comprar outra, mas com as pessoas próximas falando que andar de carro era mais seguro, segui a dica. Não foi a mesma coisa.; O orçamento de Débora foi triplicado com combustível e manutenções. Outro problema foi a dificuldade em achar vagas em estacionamentos. ;Hoje, só saio com meu carro para levar a família para passear e uso a moto para trabalhar;, afirma.

Segundo a Abraciclo, os tipos de moto preferidos por elas são as scooters e as CUBs (Cheap Urban Bike ou moto urbana de baixo custo). As vantagens de ambas são os preços acessíveis, a facilidade para pilotar, por serem automáticas e por permitirem a condução em posição confortável. Já as scooters ganham pontos com as meninas pela possibilidade de serem guiadas de salto alto, pois têm proteção para os pés e não precisam de embreagem.
A Yamaha surpreendeu este ano ao lançar uma edição limitada em cor-de-rosa da motocicleta XJ6. A novidade homenageia o 94; Giro d;Itália ; uma das corridas de ciclismo mais conhecidas da Europa. Segundo a fabricante, a XJ6 Rosa Itália foi feita com a cor da maglia rosa (malha rosa) ; camiseta do primeiro colocado da corrida. Por aqui, a fabricante apostou na cor roxa da Fazer YS 250 e da Factor YBR 125 ED. Ambas da categoria street, as motocicletas agradam a homens e mulheres.

A rival Honda investiu no segmento das scooters e das CUBs, por causa da forte procura do público feminino. A empresa japonesa lançou este ano a Biz 125 e a Lead 110 na cor rosa metálico. As motocicletas são as mais vendidas da marca para as mulheres (68% do total de motos Biz e 55% das Leads).

Utilidade
De acordo com dados da Abraciclo, do total de vendas de motocicletas no país, 40% substituem o transporte público; 19% são voltadas para o lazer; 16% usadas como instrumento de trabalho; e o restante, para outras finalidades.

Facilidades
Na hora de comprar uma moto, as mulheres se dividem entre os financiamentos tradicionais e, principalmente, o consórcio. Segundo a Caixa, de cada quatro consórcios de moto comercializados desde o lançamento do serviço, em dezembro passado, um foi adquirido por mulheres. ;Aquela história de que lugar de mulher é na garupa já é coisa do passado;, afirma o diretor de operações da Caixa, Antônio Limone.
Leia mais na edição de hoje (30/6) do caderno de veículos do Correio Braziliense.

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