Economia

Tarifas de cartão variam até 100%

BC reduziu de 80 para cinco o total de taxas permitidas para cobrança, mas valores mudam muito de banco para banco

postado em 05/07/2011 07:47

Com as novas regras do cartão de crédito, que começaram a valer em 1; de junho, os bancos tiveram de reduzir o número de tarifas cobradas dos consumidores de 80 para cinco. Mas os abusos não acabaram. A diferença entre os valores cobrados por um mesmo serviço entre uma instituição financeira e outra é de até 100%. A disparidade está no fornecimento da 2; via de cartão de crédito. No Itaú Unibanco, os clientes pagam R$ 10; na Caixa Econômica Federal e no Santander, R$ 5. O valor médio do serviço é R$ 7,32. A anuidade do cartão, uma das taxas mais caras, tem variação de 33,33% ; no Santander, custa R$ 60, contra R$ 45 na Caixa e no Banco do Brasil. Os dados são de uma pesquisa do Instituto de Defesa ao Consumidor de São Paulo (Procon-SP).

Os usuários de cartão de crédito devem ficar atentos para não pagarem além da conta. Uma das saídas é optar pelo pacote padronizado do cartão básico. Nesse quesito, o Itaú Unibanco é o que apresenta o menor taxa mensal: R$ 10,50. O Banco Safra, por sua vez, cobra o valor mais alto, R$ 17. Assim, a diferença entre os dois fica em 61,9%. O superintendente de relacionamento com sistemas de defesa do consumidor do Itaú Unibanco, Francisco Calazans, afirmou que a instituição procura manter preços acessíveis e que o levantamento do Procon ;reflete esse posicionamento;.

O estudo mostrou que, de um ano para cá, a maioria dos bancos baixou o custo do pacote básico de tarifas. O Procon analisou, por meio das tabelas divulgadas nos sites das instituições financeiras, a evolução do preço do serviço entre 3 de maio do ano passado e 16 do mesmo mês de 2011. Participaram do estudo Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, HSBC, Itaú Unibanco, Safra e Santander. O Banco do Brasil foi o único a aumentar a tarifa do pacote básico, de R$ 13 para R$ 13,50 ; mais 3,85%. Já o Santander reduziu o custo em 22,22%, de R$ 18 para R$ 14, e a Caixa manteve a tarifa em R$ 10,50.

Compare sempre
Para os especialistas, os consumidores não devem se entusiasmar com a redução de uma ou outra tarifa, pois, no cômputo geral, os bancos e as administradoras de cartão de crédito vão sempre ganhar em cima da clientela. Não existe serviço bancário que dê prejuízo. Por isso, é preciso ficar muito atento às cobranças abusivas relacionadas a cartões, tanto de crédito quanto de débito. A atenção deve ser redobrada depois das mudanças formuladas pelo Banco Central, principalmente porque as grandes redes bancárias resolveram se antecipar à aplicação do regulamento, com exceção do Itaú Unibanco. Na teoria, as instituições teriam até junho de 2012 para colocar as mudanças em prática. Para não desembolsar mais, é importante que o usuário conheça o novo regulamento de tarifas.

O Procon alertou que muitos bancos ainda cobram valores indevidos. Não ter medo de reclamar é uma alternativa para não sofrer abusos. ;Verifique se os serviços essenciais gratuitos atendem as suas necessidades, antes de optar por um pacote;, ensinou o instituto. Uma prática comum é, na abertura de conta- corrente, o banco exigir a aquisição de cartão de crédito. Esse requisito é chamado de venda casada e é proibido pelo Código de Defesa do Consumidor. Para pagar menos, ainda vale a regra: pesquisar sempre.

[SAIBAMAIS]


Transparência
A Resolução n.; 3.919 do Banco Central atribuiu algumas mudanças aos cartões de crédito. A instituição determinou que o número de tarifas a serem cobradas da clientela, que chegava a 80, foi limitado a cinco. Além disso, as faturas terão de dar ampla visibilidade aos gastos, foi proibido o envio de cartões sem pedido do consumidor e elevado, de 10% para 15%, o valor mínimo da fatura a ser pago mensalmente ; limite que aumentará para 20% a partir de dezembro. As cinco tarifas autorizadas para cobrança no cartão são: anuidade, emissão de 2; via, saques de recursos, pagamento de contas e pedido emergencial de aumento no limite de crédito.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação