Vera Batista
postado em 05/07/2011 07:47
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável pela regulação e pela fiscalização do mercado de capitais, poderá proibir os negócios com ações da Companhia Energética de Brasília (CEB) em bolsa de valores ou outro mercado regulamentado. A empresa é acusada de prejudicar os investidores ao não dar transparência a seus números e ao enquadrar seus balanços às normas internacionais. Segundo a CVM, caso não siga o mais rapidamente possível as suas obrigações, a CEB poderá ter cancelado o seu registro de companhia de capital aberto, ser multada e os seus administradores responderem a processo administrativo.A CEB é, porém, uma das 28 empresas que ainda não entregaram documentos importantes ao órgão regulador, sonegando dados relevantes para os mercado tomar decisões sobre comprar ou vender ações. A companhia de Brasília está entre as irregulares há mais tempo. ;Felizmente, a CEB tem pouca movimentação na bolsa. Nesse caso, o problema maior não é o impacto econômico. É o risco moral. Como o Brasil é muito condescendente com as empresas que não seguem as leis do mercado de capitais, a CEB pode levar o acionista a questionar: se não está cumprindo uma simples norma, imagine o que não estará fazendo com o dinheiro que arrecada dos consumidores;, disse o economista César Bergo, da Planner Corretora.
O diretor financeiro da CEB, Joel Antônio de Araújo, admitiu que a companhia ultrapassou, em muito, o seu prazo para a prestação de contas à CVM. Segundo ele, a culpa se deve aos problemas enfrentados ao longo do último governo. ;Apenas em 2010, a CEB passou por quatro diferentes diretorias. Para piorar, não temos um sistema eficiente de informática, nem pessoal treinado para atender às exigências;, afirmou. Araújo enfatizou, também, que, por determinação da CVM, as companhias abertas tiveram que refazer o balanço contábil de 2009 e apresentar o de 2010, ambos enquadrados nas complicadas normas internacionais. Araújo garantiu que a situação será sanada até o fim da semana.