Agência France-Presse
postado em 06/07/2011 22:31
NOVA YORK - O promotor de Manhattan (Nova York), Cyrus Vance, se negou nesta quarta-feira (6/7) a abandonar o caso no qual o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn é acusado de crimes sexuais, informou nesta quarta-feira um porta-voz oficial, em resposta à solicitação feita pelo advogado da suposta vítima. "Qualquer sugestão de que o promotor deve se retirar não tem fundamento", disse Erin M. Duggan, porta-voz da promotoria.Segundo Kenneth Thompson, advogado da mulher que acusa Strauss-Kahn de crimes sexuais, um dos principais motivos para o pedido de mudança é o fato de a chefe da divisão de julgamentos do escritório do promotor de Manhattan ser casada com um dos advogados de ex-dirigente do FMI, o que foi omitido aos advogados de acusação.
[SAIBAMAIS]Thompson disse que soube dessa relação em uma matéria do The New York Times, publicada no mês passado. "Deveríamos ter sido informados sobre este assunto pelos membros de seu escritório e não pela imprensa", escreveu Thompson. Além disso, segundo o advogado, um dos promotores "faltou com o respeito e gritou com a vítima durante uma reunião".
Para Thompson, esses acontecimentos "geram uma grande preocupação sobre se este promotor pode realmente determinar qual é o interesse real da justiça". Thompson considerou que o atual promotor "carece de imparcialidade" e incorre em um "possível conflito de interesses".
"Os habitantes do estado de Nova York têm o direito de ter um ministério público equitativo e imparcial" e "ele (...) demonstrou que é incapaz de cumprir com esses critérios", escreveu Thompson em uma carta enviada ao procurador de Manhattan Cyrus Vance.
Strauss-Kahn foi liberado na sexta-feira de sua prisão domiciliar depois de o promotor constatar incoerências no testemunho da suposta vítima, uma mulher de 32 anos da Guiné.