postado em 09/07/2011 08:00
A fraqueza do mercado de trabalho norte-americano ; criação de vagas aquém do esperado (leia mais nesta página) ; foi tão forte que desapontou investidores mundo afora, inclusive no Brasil. O Ibovespa, principal índice negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (BM), caiu 1,12% no último pregão da semana, atingindo os 61.513 pontos ; o pior desempenho desde 27 de junho. Os maus resultados do mercado acionário brasileiro voltaram a ser uma constante. Houve recuo dos negócios em quatro das últimas cinco sessões, levando a uma perda acumulada de 2,97%.No mês, o Ibovespa acumula queda de 1,43% e, no ano, de 11,24%. Ontem, a situação só não foi pior porque as ações da Gol subiram 3,51%, após o anúncio de um acordo de compra da Webjet. Os papéis da Vale chegaram a perder 0,88% do valor e os da Petrobras, 0,80%. Nos Estados Unidos, o mercado também reagiu negativamente às notícias sobre a reduzida criação de vagas e o aumento do desemprego. O Dow Jones, índice mais importante da Bolsa de Valores de Nova York, terminou o dia com perda de 0,49%, aos 12.657 pontos.
Na semana, as bolsas patinaram em todo o mundo. Na Europa, centros financeiros reagiram mau a um possível resultado ruim dos testes de estresse nos bancos, aguardado para semana que vem. A aversão ao risco pautou o mercado externo e puxou as commodities para baixo. Na Nymex, bolsa de mercadorias de Nova York, o contrato do petróleo para agosto recuou 2,50%, a US$ 96,20 o barril.
Mau humor
As expectativas para a economia dos EUA tendem a continuar abalando os mercados nas próximas semanas. O humor dos investidores passará por um novo teste na próxima semana, quando o presidente norte-americano, Barack Obama, tentará fechar um acordo com o Congresso para elevar o limite da dívida pública do país. Caso a Casa Branca e os republicanos não cheguem a um consenso ; hipótese improvável, diante dos riscos ;, o Tesouro dos Estados Unidos terá que declarar moratória aos que compraram títulos do país.
Nem mesmo notícias que poderiam ser animadoras têm provocado efeito positivo nos EUA. O crédito ao consumo, por exemplo, aumentou em maio pelo oitavo mês consecutivo. O problema é que o fato decorreu, em parte, do aumento do endividamento com cartões, a um nível não registrado desde 2008, segundo dados publicados pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano). Segundo o BC, os créditos renováveis subiram 5,1% em maio, depois de quatro meses de baixa. Trata-se do segundo mês de alta depois do pânico financeiro de setembro de 2008.
Telefônica demite 6.500
A Telefônica, gigante espanhola das telecomunicações, fechou ontem um acordo com os sindicatos espanhóis em torno do plano que demitirá 6.500 funcionários em três anos. A multinacional informou que vai assumir todos os custos das demissões. O projeto de cortes foi anunciado em abril. Depois disso, a companhia chegou a aumentar o número de desligamentos para 8.500 por um prazo de cinco anos, mas, após negociações, retornou ao programa inicial. As demissões representam mais de 21% dos funcionários da Telefônica na Espanha, onde o grupo tem 30.000 empregados. Se não voltar a contratar, em 2014 o grupo reduzirá o quadro de pessoal em seu país de origem a menos dos 6% do número de trabalhadores que atualmente possui no mundo.