Economia

UE faz reunião de emergência em meio a temor sobre crise na Itália

postado em 11/07/2011 13:55
Em meio aos temores de que a Itália possa ser a próxima vítima da contaminação da crise na zona do euro, especialistas do setor de finanças da União Europeia fazem nesta segunda-feira (11/7) uma reunião de emergência, marcada, oficialmente, para discutir um pacote de ajuda financeira à Grécia. O principal índice da Bolsa de Valores de Milão caiu 3,5% na última sexta-feira (8/7), enquanto as ações do maior banco do país, o Unicredit Spa, caíram 7,9%.

As quedas, segundo analistas, foram provocadas pelos temores que o governo italiano, enfraquecido por escândalos políticos, não consiga implementar um necessário plano de cortes de gastos para conter o déficit público.

A reunião foi convocada no fim de semana pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Um porta-voz de Rompuy afirmou que o encontro não é uma reunião de crise, mas de coordenação, e negou que a situação da Itália esteja na agenda.

Mas analistas e funcionários envolvidos na reunião consideram que será inevitável a discussão sobre o tema. A Itália é a terceira maior economia da zona do euro.

Além de Van Rompuy, participam da reunião em Bruxelas o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, o chefe dos ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o comissário da União Europeia para Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

[SAIBAMAIS]O encontro será seguido de uma reunião já programada entre os ministros das Finanças dos países da zona do euro. A pauta oficial da reunião é a discussão sobre o segundo pacote de ajuda financeira à Grécia ; que recebeu 110 bilhões de euros (cerca de R$ 245 bilhões). A ajuda foi acertada no ano passado, mas o país necessita de um novo aporte financeiro para conseguir cumprir os pagamentos de sua dívida.

Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor;s advertiu que a proposta original para uma reestruturação voluntária da dívida grega seria considerada na prática uma moratória, provocando o rebaixamento da nota dada aos títulos do país.

O novo pacote de ajuda à Grécia vem sendo negociado há várias semanas, mas até agora não houve um consenso entre os países da zona do euro e representantes dos credores sobre as condições para a sua aprovação.

Autoridades europeias temem que um atraso grande na aprovação do plano possa prejudicar a situação de outros países da região que também enfrentam dificuldades financeiras, como Portugal, a Espanha e a Irlanda, além da Itália, cuja relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) é menor apenas do que a da Grécia, entre os países da zona do euro.

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