Economia

Redução nas taxas de juros não refletem diretamente no bolso do brasileiro

postado em 12/07/2011 19:00
Larissa Garcia - Especial para o Correio

Uma pequena redução nas taxas de juros de operações de crédito para pessoa física, de 1,02% ; passou de 6,87% para 6,80% ; entre maio e junho deste ano, contrariou as expectativas dos economistas. Após três elevações consecutivas, a previsão para o mês passado era de mais um aumento: não à toa, já que o Banco Central vem elevando a taxa básica de juros (Selic). O estudo, da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), mostrou, ainda, que para empresas, o índice caiu 1,74%, de 4,03% para 3,96%.

A redução, entretanto, ainda não reflete diretamente no bolso do brasileiro. "Foi um número muito pequeno e, portanto, inexpressivo. O consumidor ainda não deve sentir a curto prazo", explicou Miguel Oliveira, vice-presidente da entidade. Além disso, nos próximos meses, o Banco Central deve aumentar a taxa Selic e a tendência é de elevação deve refletir nos valores adotados pelos bancos. "Para nossa surpresa, apesar do aumento da inadimplência e das medidas do Banco Central para apertar o crédito e conter a inflação, esse mês foi otimista. Mas isso deve mudar", continuou.

Para o especialista, a redução foi motivada pela larga oferta de emprego, que resulta na melhoria da renda do brasileiro, além disso, pode ser atribuída ao bom momento da economia brasileira, com maior oferta de crédito e maior competição no sistema financeiro.

Oliveira prevê que, no próximo ano, novas reduções devem aliviar o orçamento do consumidor e estimulá-lo a comprar mais. "Estou otimista quanto a 2012. O Banco Central deve diminuir a taxa básica e isso, com certeza, refletirá no mercado", concluiu.

Cheques e empréstimos


As taxas médias de juros do cheque especial e do empréstimo pessoal não deram trégua ao consumidor. Os índices, no comparativo dos últimos 12 meses, aumentaram 199% e 95% consecutivamente. Neste mês, em relação a junho, a elevação foi de 0,2% para cheques e 1,96%, mostrou pesquisa da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP). Para a assessora técnica do órgão, Cristina Rafael Martinussi, nos próximos meses, a alta será ainda maior. "As medidas do governo para conter a inflação estão diretamente ligadas a essa salto", esclareceu.

Sete instituições financeiras foram participaram da pesquisa: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco, Safra e Santander. Cristina destaca que, com a comparação, o cliente pode negociar uma redução com o gerente. "Com esses dados, é possível conversar e tentar diminuir."

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