Economia

Fluxo de dólares volta a ficar positivo

Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 14/07/2011 08:33
A certeza de que o Banco Central vai continuar aumentando os juros básicos da economia nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) fez o fluxo de dólares no país retornar ao campo positivo nos seis primeiros dias úteis de julho. Depois de terminar o mês passado com saída líquida de US$ 2,556 bilhões, o saldo voltou a ficar no azul e totalizou US$ 1,521 bilhão, segundo divulgou a autoridade monetária.

O segmento comercial ; onde são computadas as exportações e as importações feitas pelo país ; também influenciou na virada. Do total de US$ 1,521 bilhão acumulado até 8 de julho, US$ 1,205 bilhão vieram das operações comerciais. Os restantes US$ 316 milhões são oriundos do segmento financeiro, por onde passam as aplicações dos investidores estrangeiros.

O resultado do segmento financeiro carrega os ingressos de recursos captados pelo BC no dia 6. Apenas nesse dia o resultado foi positivo em US$ 1,117 bilhão. Todos os meses do ano, com exceção de junho, registraram entradas líquidas de recursos. Até a primeira semana de julho, o
saldo cambial acumulado é positivo em US$ 41,355 bilhões, quase o dobro de toda a soma que ingressou no país no ano passado, de US$ 24,354 bilhões.
Somente no dia 6, os investimentos somaram US$ 1,1 bilhão. Balança comercial complementou saldo
Derretimento
A entrada de recursos se manteve até ontem, quando a divisa norte-americana fechou os negócios cotada a R$ 1,574, com queda de 0,44%. Além dos indicadores dos Estados Unidos e da China, o resultado também foi influenciado pelas intervenções feitas no mercado pelo BC. No meio da tarde, a autoridade monetária realizou um leilão de compra de moeda no mercado a vista. Por meio dessa ferramenta, já foram retirados US$ 1,5 bilhão do mercado em julho, levando as reservas internacionais para o patamar de US$ 338,3 bilhões.

Além disso, o BC vendeu 11.450 contratos de swap, que também funcionam como uma tentativa de segurar o derretimento da moeda norte-americana em relação ao real.

Apesar de registrar um dia de perdas, o dólar acumula valorização de 0,77% em julho, ante a queda de 1,14% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 5,53%.

Contra a especulação
A mais recente medida adotada pelo Banco Central para tentar conter o derretimento do dólar foi anunciada na noite da última sexta-feira. O objetivo foi reduzir as apostas dos bancos contra a moeda norte-americana que, em junho, chegavam a US$ 14,7 bilhões. Pela nova regra, as instituições não podem ter posições vendidas superiores a US$ 1 bilhão ou a seu patrimônio, se este for menor. Caso excedam o limite, terão que recolher aos cofres do BC 60% do valor das operações. O BC quer reduzir em pelo menos US$ 5 bilhões as operações dos bancos até amanhã.

PIB chinês cresce 9,5%
A China registrou expansão de 9,5% em sua economia no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2010, e superou as expectativas dos mercados. O resultado foi um pouco abaixo dos 9,7% registrados nos primeiros três meses do ano, mas diminuiu o receio de uma forte desaceleração da atividade, animando investidores ao redor do globo. O desempenho foi puxado pelo consumo e pelo investimento domésticos. O leve arrefecimento em relação ao início de 2011 era esperado e desejado, uma vez que tornará o combate à inflação (uma das principais preocupações do governo, atualmente) mais fácil.

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