Eduardo Aquino
postado em 14/07/2011 09:22
A Ford sabe que, no Brasil, carro tem que ter antes de tudo visual moderno, em sintonia com as rápidas mudanças que acontecem no mundo do design.O ;bonitinho; vem sempre antes das outras qualidades. Por isso, o fabricante seguiu o mesmo caminho estilístico adotado na linha Fiesta e deu um ar mais jovial e esportivo ao pequenino Ka, que passou por renovação de estilo, dentro da filosofia Kinetic de design, adotada há alguns anos pela marca. A única alteração mecânica foi feita na suspensão traseira, para melhorar o conforto e reduzir o nível de ruído.
As alterações foram mais sensíveis na frente: a tomada de ar, no formato trapezoidal e na cor preta, passou a incorporar parte do para-choque; os faróis ganharam máscara negra e as palhetas do limpador agora são do tipo flat blade (mais leves e eficientes). As luzes de neblina (ausentes na versão Class) também são novas. De perfil, as mudanças parecem bem pequenas e se resumem aos repetidores de seta nos retrovisores, os frisos na cor da carroceria e as novas calotas, que imitam bem rodas de liga e ajudam a reforçar o apelo esportivo.
Na traseira, as lentes das lanternas e da terceira luz de freio agora são transparentes, o para-choque ganhou um aplique na cor preta e dois refletores nas pontas. Por dentro, mudaram a iluminação e o grafismo no painel de instrumentos, a cor do aro das saídas de ar e as padronagens de tecido dos bancos e painéis de porta.
Outra novidade está na chave, que agora é uma só para a ignição e para destravar o bocal do tanque de combustível. Apesar de ser um problema quase comum aos modelos de duas portas, o acesso ao banco traseiro do Ka não é dos piores. O problema continua sendo mesmo a falta de espaço, mesmo para um modelo que tem proposta claramente urbana. O banco traseiro não oferece conforto para passageiros com mais de 1,70m: aliás, lá só cabem duas pessoas, tanto em termos de espaço quanto de segurança, já que quem anda no meio não tem nem cinto de três pontos nem apoio de cabeça. O estepe fica do lado de fora e essa posição faz da troca uma operação suja e complicada, além de deixar o conjunto (roda/pneu) mais exposto a furto.
O painel é simples, com mostradores analógicos de fácil visualização (de fundo preto) tanto de dia quanto de noite, mas falta termômetro de temperatura do motor. O nível de acabamento, que tem predominância da cor preta e não fica abaixo, em qualidade, ao dos concorrentes, peca por coisas como a falta de regulagem de altura dos cintos de segurança dianteiros, que deveria ser obrigatório mesmo nos modelos básicos.
Na pista
O motor 1.0 do Ka não é referência em desempenho, mas não deixa o carrinho passar vergonha frente aos concorrentes. Mas para fazê-lo andar e encarar ladeiras com mais desenvoltura é preciso subir muito a rotação. E nessa condição, o barulho da transmissão por corrente (do eixo virabrequim para o comando de válvulas) incomoda bastante.
As alterações na suspensão traseira reduziram o nível de ruídos, mas a melhoria no conforto não chega a ser perceptível.
O baixinho continua firme em qualquer curva, mesmo naquelas muito fechadas e de piso irregular. O diâmetro de giro é um pouco grande e não ajuda nas manobras em vagas apertadas.
DNA da marca
Desenvolvido no Centro de Design da Ford em Camaçari (BA), o projeto do Ka 2012 consumiu 800 horas de trabalho e está baseado no design Kinetic, que tem a missão de fazer com que o veículo, mesmo parado, dê a impressão de um movimento contínuo. A grade ampla é o ícone desse design, que traz ainda um refinamento das linhas e dá uma aparência de modernidade aos veículos. O Ford Fiesta e o Focus fazem parte do modelos Kinetic.