Economia

Presidente do BC americano prevê calamidade

postado em 14/07/2011 13:49
Washington ; O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, traçou um cenário sombrio para a economia, com consequências globais, caso o Congresso não aceite aumentar o limite do endividamento do país. Para evitar o calote no pagamento de juros sobre os títulos públicos, o Tesouro teria que suspender aposentadorias e despesas com o sistema de saúde e com os programas militares. Dessa forma, ele fixou uma espécie de prioridade na aplicação do orçamento após 2 de agosto, data a partir da qual as autoridades preveem o colapso do governo.

;Se o teto da dívida não for elevado, ocorrerá uma enorme calamidade financeira;, disse Bernanke num aguardado discurso no Congresso. O tom foi o mais forte que um membro da administração Barack Obama usou até agora para tratar do impasse com os congressistas republicanos. Segundo ele, um calote causaria ;ondas de choque; no sistema financeiro. ;O Tesouro vai tentar fazer os pagamentos do principal e dos juros da dívida do governo. O fracasso em fazê-lo certamente colocará o sistema financeiro em tremenda desordem e terá grandes impactos sobre a economia global.;

Deficit
Na avaliação do presidente do Fed, a moratória no pagamento dos compromissos seria suficiente para fazer as agências de classificação de risco rebaixarem a nota dos EUA, o que elevaria os juros exigidos pelos investidores e pioraria o deficit público. Segundo os números divulgados ontem, o rombo nas contas foi de US$ 43,1 bilhões no mês passado, numa redução de 37% em relação aos US$ 68,4 bilhões em junho de 2010. Nos nove primeiros meses do ano fiscal, que termina em 30 de setembro, o saldo negativo está em US$ 970,5 bilhões, em uma queda de 3,3%.

O limite de endividamento, de US$ 14,3 trilhões, foi alcançado em meados de maio. Ontem, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, renovou o apelo aos republicanos por um acordo. ;Não há alternativa a uma elevação do teto. Ou você honra as obrigações ou não honra. Se não honra, é obrigado a fazer escolhas terríveis sobre quais contas pagar;, afirmou. Até o fechamento desta edição, Obama estava reunido com parlamentares republicanos para buscar um entendimento.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação