postado em 16/07/2011 08:00
Oito bancos europeus, de um total de 91, não conseguiram passar na prova de liquidez realizada pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês). O chamado teste de estresse, que avalia a solidez em ambiente de choque econômico, reprovou cinco instituições espanholas, duas gregas e uma austríaca. Juntas, elas precisam de 2,5 bilhões de euros para reforçar o caixa e conseguir suportar a crise na região. A União Europeia elogiou o resultado, já que a maioria se saiu bem, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) cobrou uma ação rápida das autoridades para cobrir os pontos de vulnerabilidade.O Fundo convocou os países da UE a fortalecerem os fundos próprios dos bancos que fracassaram nos testes de resistência, mas também daqueles que foram aprovados no teste por uma pequena margem. ;É importante que as autoridades nacionais se comprometam rapidamente a atacar os focos de vulnerabilidade detectados;, declarou ontem o FMI. O organismo pediu urgência na adoção de medidas capazes de atacar, de forma eficaz, as fraquezas das instituições bancárias.
Entre os mais fortes, estão a salvo da insolvência os bancos franceses BNP Paribas, Société Générale, Crédit Agricole e BPCE, assim como as instituições italianas Intesa Sanpaolo, UniCredit, Banca Monte dei Paschi di Siena, Banco Popolare e UBI Banca. Os quatro principais bancos portugueses também estão a salvo, como também os da Grã-Bretanha e de 10 outros de países nórdicos (Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia). Em resumo, todos os bancos italianos, franceses, irlandeses, portugueses, nórdicos e britânicos passaram no teste de resistência.
Cenários
As cinco instituições espanholas reprovadas não vão precisar de reforço de capital porque já estão em processo de reestruturação, segundo o Banco Central da Espanha. Para os testes, a EBA trabalhou com dois cenários: um considerado básico, retomando as principais previsões macroeconômicas em vigor, e o outro adverso, que levou em conta hipóteses teóricas de um choque econômico em 2011 e 2012. As instituições avaliadas, em 21 países, representam 65% dos ativos bancários europeus. O objetivo era saber se elas serão, a priori, capazes de suportar uma recessão de dois anos.
Conscientes de que o resultado poderia jogar mais lenha na fogueira da crise das dívidas soberanas dos países da Zona do Euro, os ministros europeus das Finanças chegaram a se comprometer a apoiar os bancos que fracassassem. Mas a promessa pode ser de difícil cumprimento, porque significa que Estados, já à beira da asfixia orçamentária, tenham que encontrar novos recursos públicos para sanear instituições privadas.