Economia

Atenas diz que a cúpula da Eurozona será decisiva para a Grécia e a UE

Agência France-Presse
postado em 20/07/2011 10:28
Atenas - A cúpula da Eurozona na quinta-feira (21/7) será decisiva para o futuro da Grécia e da União Europeia, afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do governo grego, Ilias Mosialos. Os dirigentes dos 17 países da Eurozona discutirão um segundo plano de resgate para a economia grega, no qual tentarão envolver o setor privado. "Amanhã teremos uma cúpula determinante para o futuro do país e da Europa. O primeiro-ministro Giorgos Papandreou luta para garantir que a Grécia continue de pé", declarou Mosialos.

Esta batalha envolve a "viabilidade da dívida, a proteção dos depósitos bancários (na Grécia) e a garantia de manutenção da liquidez (bancária)". Todos estes fatores constituem "linhas vermelhas para proteger o interesse nacional", acrescentou.

[SAIBAMAIS]Papandreou rejeitou de imediato qualquer possibilidade de default parcial da Grécia, que resultaria de algumas medidas estudadas nas últimas semanas para tirar o país da crise e reduzir sua enorme dívida pública, que supera os 350 bilhões de euros (mais de 150% do PIB). O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, classificou de muito grave a situação na Eurozona devido à crise da dívida da Grécia a lertou que um fracasso da cúpula de quinta terá consequências mundiais. "Ninguém deve se iludir, a situação é muito grave", declarou à imprensa. Segundo Barroso, os chefes de Estado e de Governo devem, no mínimo, propor medidas claras para estabilizar a Grécia. A chanceler alemã Angela Merkel, por sua vez, declarou-se confiante de que a cúpula europeia terá bons resultados.

A recompra da dívida grega, juros aos bancos, reescalonamento, todas as opções estão sobre a mesa para definir um novo plano de ajuda para a Grécia antes da cúpula de quinta-feira, na qual a zona do euro deve tomar uma decisão que evite o contágio da crise da dívida. A questão da falta de pagamento ou não da Grécia segue no centro do debate anterior à cúpula de líderes da União Monetária de quinta-feira, segundo fontes próximas às discussões.

A maioria das opções contempladas que envolvem a participação de credores privados da Grécia, como a Alemanha exige desde o início por razões políticas, suporiam de fato um "acontecimento de crédito", um "default" ou a falta de pagamento parcial de sua dívida pela Grécia.

O reescalonamento da dívida grega iria impor aos credores uma mudança nos vencimentos dos reembolsos, o que seria castigado pelas agências de classificação. Já a recompra da dívida grega, também em discussão, poderia não supor um "default" se a Grécia realizar ela mesma a operação com a ajuda de empréstimos europeus. A vantagem é que o custo da dívida grega nos mercados é muito baixo atualmente e poderia permitir reduzir o volume global de endividamento do país. Mas se o Fundo Europeu de Ajuda (FESF) comprasse os títulos gregos, haveria um risco de "default" parcial. A terceira opção contemplada é a criação de uma taxa bancária especial na zona do euro.

Esta solução "teria a vantagem de não intervir diretamente nos bancos e, portanto, de potencialmente não criar um ;default;" da Grécia, que apresentaria riscos de contágio, explicou na segunda-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Jean Leonetti.

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