postado em 21/07/2011 11:36
O Sandero é líder de vendas da Renault do Brasil, com 43% do total da marca. Por isso, a montadora, de olho na concorrência, tratou de atualizá-lo. O hatch ganhou visual mais moderno e algumas melhorias de conteúdo. Por fora, recebeu retoque para ficar parecido com o Fluence na parte frontal, e, por dentro, novos equipamentos e materiais completam as alterações.
O modelo continua sendo uma interessante opção no segmento dos compactos (embora pareça um médio), já que tem amplo espaço interno e bom conjunto mecânico. Apenas o câmbio poderia ganhar um ajuste melhor, tanto nos engates quanto na relação de transmissão.
E não foi preciso fazer muita coisa para mudar: na frente, saiu a grade superior vazada e surgiu uma chapa lisa de plástico com o losango da marca no centro. O simples detalhe garantiu aspecto rejuvenescido. Na parte inferior do para-choque estão a entrada de ar tipo colmeia e os faróis de neblina com a moldura cromada.
A Renault manteve o capô, com os vincos que convergiam para a grade anterior ; mas que, agora, ficam sem sentido, embora não cheguem a comprometer. O farol tem o mesmo formato, porém, o desenho interno mudou. As laterais são lisas, com friso largo na parte inferior. As lanternas traseira também mudaram só por dentro, com divisão em duas seções e ondulação na lente.
O desenho do Sandero pode não ser a referência de modernidade, mas agrada. É um carro simpático e só tem o porém das colunas traseiras largas, que atrapalham a visibilidade, problema comum à maioria dos hatches.
O porta-malas tem bom tamanho para um modelo dessa categoria, mas o estepe fica instalado do lado de fora ; algo pouco prático na operação de troca. O espaço interno é um dos principais atrativos, tanto para quem vai na frente quanto atrás. O banco do motorista tem regulagem de altura, assim como o volante, e o traseiro acomoda bem três pessoas, mas o cinto de segurança central é abdominal. Os apoios de cabeça laterais do banco traseiro não descem totalmente, como o do meio, tornando-se um inconveniente quando não há passageiros atrás.
A Renault melhorou algumas coisas no interior do Sandero, usando plástico duro no painel, com boa montagem das partes, mas deixou passar alguns detalhes desnecessários. Os comandos elétricos dos vidros, por exemplo, estão bem posicionados nos painéis das portas, no entanto, não contam com iluminação quando o farol é acionado. No escuro, faz falta.
O sistema de som é novo, mais moderno e bonito, mas o dial central, que normalmente serve para aumentar ou diminuir o volume, no Sandero é usado para mudar de estação do rádio. O volume é alterado em teclas de mais ou menos. Pouco prático. Por outro lado, os bancos são revestidos com tecido de boa qualidade.
Desempenho bom
Outro atrativo do Sandero é, sem dúvida, o conjunto mecânico. O motor de 8V tem bom torque em baixas rotações e responde de forma precisa aos comandos do motorista. Só é um pouco barulhento em alta e seu desempenho fica prejudicado pelas relações de marcha do câmbio. A segunda poderia ser um pouco mais curta, pois em situações de subidas o giro do motor cai, obrigando a engatar a primeira marcha. Fora isso, o desempenho é bom e o consumo registrado no computador de bordo foi de 8,3km/l na cidade e 12,5km/l na estrada com gasolina; e de 6,8km/l na cidade e 10,5km/l na estrada com etanol.
As suspensões do Sandero foram bem calibradas, proporcionando comportamento seguro em curvas e filtrando relativamente bem as imperfeições do solo. A direção hidráulica, de série, também mostrou-se bem ajustada, com reações seguras em velocidades mais elevadas e ágil em situações de manobras. O sistema de freios, com ABS, funcionou de forma eficiente. O Sandero 1.6 8V é vendido nas versões Expression e Privil;ge e, em ambas, airbag e ABS são opcionais. Mas o modelo tem interessante lista de equipamentos de série, além de garantia de três anos.