Economia

Produtores argentinos vão impedir entrada de carne de porco do Brasil

postado em 21/07/2011 19:18
Buenos Aires - Suinocultores da Argentina prometeram bloquear, a partir da próxima quarta-feira (27/7), por tempo indeterminado, a ponte Rosário-Victoria, entre as províncias de Santa Fé e Entre Rios. Por essa ponte, que fica a 350 quilômetros ao norte de Buenos Aires, passa boa parte dos caminhões que transportam produtos chilenos e brasileiros. ;Mas só vamos parar os caminhões com carne de porco;, assegurou à Agência Brasil Cristian Roca, chefe da área sindical da Federação Agrária Argentina. ;Não queremos prejudicar o comércio do Mercosul, só queremos medidas do governo para proteger nossos produtores;.

;A Argentina sempre importou carne de porco do Brasil, mas nunca tanto como agora;, reclamou a sindicalista. ;Nos primeiros seis meses de 2011, importamos a mesma quantidade de todo o ano passado.; Os pequenos produtores argentinos querem que a Argentina limite a importação de carne de porco processada do Brasil.

Segundo Roca, as crescente importações do Brasil fizeram com que o preço da carne de porco do produtor argentino caísse de 7 pesos (R$ 2,66) para 5 pesos (R$ 1,87) por quilograma (kg). Omar Príncipe, outro dirigente sindical da FAA, disse que os produtores locais querem limitar as importações a 2,5 mil toneladas mensais, mas que, no momento, a Argentina está comprando quase o dobro.

Boa parte da carne de porco produzida pela Argentina ou importada do Brasil e do Chile é destinada à fabricação de frios e embutidos, consumidos no mercado interno e exportados. Segundo Roca, os frigoríficos argentinos estão importando mais do Brasil porque o vizinho produz em grande escala e os preços são mais competitivos. ;Mas o consumidor final, aqui, não está pagando menos;, disse Roca. ;Os frigoríficos estão ganhando com a diferença e o governo não está protegendo o produtor local;, acrescentou. A Argentina importa do Brasil quase 70% da carne de porco que consome. Em 2010, importou o equivalente a US$ 100 milhões, 60% a mais que no ano anterior.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação