Economia

Empresários culpam barreiras argentinas por queda em produção e vendas

postado em 25/07/2011 14:10
Queixa frequente dos empresários brasileiros, a questão das barreiras comerciais entre o Brasil e a Argentina continua em aberto. Os empresários reclamam que a entrada de seus produtos no país vizinho continua difícil e que a liberação dos produtos, que deve ser feita em até 60 dias, segundo determinação da Organização Mundial do Comércio (OMC), não tem sido cumprida.

O problema provocado pelo impasse comercial poderá ser tratado no encontro entre as presidentas do Brasil e da Argentina, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, previsto para os dias 10 e 11 de agosto, em Brasília.

Uma das reclamações vem da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), segundo a qual há máquinas agrícolas paradas nas aduanas. De acordo com a Anfavea, o entrave vem provocando quedas sucessivas na produção e nas vendas internas: a produção nacional caiu 7,2% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2010, e as vendas internas caíram 7,8% na mesma base de comparação.

A secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, reconhece o problema, mas o considera ;pontual;, ou seja, nada que atrapalhe a relação bilateral entre os países parceiros de Mercosul. ;Do jeito que está escrito nos jornais, parece que o comércio bilateral vive problema muito sério, mas isso não é a realidade;, disse Tatiana.

Segundo a secretaria, o problema tem sido monitorado de perto. ;Seguimos em estado de alerta.; Além disso, Tatiana destacou que o ;problema pontual; não tem afetado os números entre os parceiros comerciais. ;O governo brasileiro mantém postura firme para garantir avanços. Não é interesse do nosso governo criar obstáculo em um comércio bilateral crescente;, afirmou.

No acumulado do ano, as exportações brasileiras cresceram 32,6%, com expansão de 33% nos embarques externos para a Argentina. De janeiro a junho, as vendas para o país vizinho somaram US$ 10,4 bilhões ante os US$ 7,9 bilhões no mesmo período de 2010.

Mesmo com saldo positivo na relação comercial, o problema do entrave nas aduanas argentinas tem afetado diversos segmentos. ;Não houve nenhuma mudança na relação comercial dos dois países. Tudo continua muito crítico;, afirma a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

O mesmo ocorre no segmento de calçados. O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, confirma que o acordo não está sido cumprido. ;O acordo não aconteceu. As mercadorias continuam presas. Temos produtos esperando liberação desde março;, reclamou Klein.

Atualmente, produtos de 600 setores estão fora da licença automática na Argentina.

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