Agência France-Presse
postado em 01/08/2011 07:40
Washington - O Congresso e a Casa Branca chegaram neste domingo (31/7) a um acordo para elevar o teto da dívida federal americana -- hoje em 14,294 trilhões de dólares -- em pelo menos 2,1 trilhões de dólares, acompanhado de reduções orçamentárias equivalentes.-ELEVAÇÃO DO TETO DA DÍVIDA
Segundo uma autoridade americana ligada às negociações que pediu para não ser identificada, o acordo concluído na noite de domingo eleva o teto da dívida em pelo menos 2,1 trilhões de dólares para "afastar a incerteza" em torno da economia americana.
A medida permitirá ao Tesouro americano chegar até 2013, ou seja, após as eleições de novembro de 2012.
-REDUÇÕES ORÇAMENTÁRIAS E COMISSÃO ESPECIAL
A elevação do nível de endividamento do Estado federal americano será acompanhado de reduções orçamentárias em duas etapas. Uma primeira parte será de cerca de 1 trilhão de dólares em 10 anos.
O acordo criará em seguida uma comissão especial bipartite do Congresso encarregada -- antes do Dia de Ação de Graças, no final de novembro -- de fazer recomendações para cortar das despesas públicas federais em torno de 1,5 trilhão de dólares também em 10 anos.
Essa segunda etapa vai impor reduções em diversos setores do Estado federal, incluindo em alguns programas sociais. A comissão se dedicaria também a estabelecer uma reforma tributária para tentar obter receitas complementares.
O acordo prevê um corte de 350 bilhões de dólares na Defesa em 10 anos, indicou o alto funcionário americano.
A comissão será composta igualmente por representantes republicanos e democratas.
-MECANISMO AUTOMÁTICO
Em caso de bloqueio na comissão especial, um mecanismo automático será estabelecido, impondo -- a partir de 2013 -- automaticamente um determinado número de cortes, incluindo na Defesa.
Foi principalmente neste ponto que as negociações ficaram estagnadas nos últimos dias.
Segundo esta autoridade americana que requisitou o anonimato, o acordo protege a Social Security (segurança social para aposentados e inválidos), os beneficiários do Medicare (seguro de saúde para os idosos) e os mecanismos sociais para as pessoas com rendas menores.