Economia

Petróleo fecha em queda brusca em Nova York e Londres

Agência France-Presse
postado em 08/08/2011 17:16
NOVA YORK - Os preços do petróleo caíram mais de 6% nesta segunda-feira (8/8) em Nova York, chegando a seus níveis mais baixos desde novembro, em um pregão marcado pela degradação da nota de dívida dos Estados Unidos, o que trouxe mais pessimismo para as previsões de demanda da commoditie. Em Londres também houve queda forte, de quase 6 dólares.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em setembro fechou em 81,31 dólares, em queda de 5,57 dólares, ou 6,4%, em relação à sexta-feira. O barril de WTI, no entanto, se manteve sobre os 81 dólares, seu piso desde o final de novembro.

No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento perdeu 5,63 dólares, a 103,74 dólares. "Os mercados de ações estão sendo dizimados e o mesmo acontece com o petróleo", disse Matt Smith, da Summit Energy. A agência classificadora Standard and Poor;s retirou na noite de sexta-feira da primeira economia mundial a nota "AAA" e rebaixou-a a "AA%2b".

A reação do mercado foi "sangrenta", "os inversores liquidaram suas posições porque o futuro é muito incerto", disse Matt Smith, precisando que as consequências da degradação da nota americana são "principalmente psicológicas".

As bolsas do mundo todo despencavam nesta segunda-feira e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por exemplo, se aproximava do Circuit Breaker (quando a queda chega a 10% e as operações são interrompidas por 30 minutos). O mesmo ocorreu em outras bolsas da América Latina, como em Lima e em Buenos Aires. A Bovespa chegou a recuar 9,74% no pregão desta segunda-feira. Em Nova York, o Wall Street e o Nasdaq recuaram 5,42 e 6,83%, respectivamente.

Os investidores fugiram dos ativos de maior risco para investimentos considerados um refúgio seguro: bônus do Tesouro americano a 10 anos, franco suiço nos mercados de câmbio ou o ouro do lado das matérias-primas. A onça do metal precioso superou os 1.700 dólares nesta segunda-feira.

"A degradação da nota e os comentários da Standard and Poor;s mostram que os Estados Unidos poderão ter problemas para pagar suas faturas, o que poderá provocar uma redução contínua dos gastos do Estado e uma economia desacelerada. E essas duas coisas têm como consequência uma menor demanda do petróleo", explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates. "O mercado está antecipando (...) provavelmente uma redução da demanda nos Estados Unidos", maior consumidor mundial de petróleo, disse o analista.

De acordo com analistas do JPMorgan Chase, a degradação da nota não é uma surpresa, já que isso era esperado pelos mercados há várias semanas. "Os mercado estão considerando o contexto mais amplo dos problemas da dívida pública na Europa e os temores de contágio nos mercados financeiros", disse.

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