Agência France-Presse
postado em 09/08/2011 12:53
Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou ligeiramente em baixa sua previsão de demanda por petróleo para 2011 e 2012 devido a preocupações com a saúde das economias dos países desenvolvidos.Em seu relatório, o cartel estima que a demanda por petróleo em 2011 será de cerca de 88,14 milhões de barris/dia (mbd). Sua previsão anterior era de 88,18 mbd.
O crescimento do consumo de petróleo será de 1,2 mbd em relação a 2010, segundo os últimos dados revisados.
"As preocupações de caráter econômico, combinadas com altos preços do petróleo, afetaram a demanda nos países da OCDE, o que leva a uma demanda mais fraca do que o previsto do consumo durante o verão, propício para mais viagens de carro", justificaram os analistas da Opep, cujos membros fornecem 35% do petróleo mundial, já que dispõem de mais de três quartos das reservas.
A situação nos Estados Unidos, que evitou no último minuto um calote em sua dívida, é de especial interesse para os especialistas da OPEP. O maior consumidor de petróleo do mundo revisou significativamente para baixo suas previsões de crescimento para 2011 e 2012.
"Se a situação continuar a deteriorar-se em os Estados Unidos, a demanda mundial será ainda menor neste ano", alertam os economistas do cartel.
Apesar da queda dos preços do petróleo a seu menor nível desde novembro, após a degradação da nota de dívida dos Estados Unidos pela Standard & Poors, a Opep acredita que esta decisão drástica terá "um impacto fraco em curto prazo".
Na zona do euro, o risco de propagação da crise da dívida na Itália e Espanha foi compensada com maior número de pedidos na indústria de manufaturas, que deve sustentar a demanda de petróleo.
Em 2012, a Opep prevê uma demanda de 89,44 milhões mbd, em comparação com os 89,50 mbd de antes.
A Opep espera uma recuperação nos Estados Unidos para apoiar esta cifra, mas adverte que a turbulência econômica, as ações do governo e o aumento dos preços nos postos poderá acabar com essa esperança.
Em termos de produção, a Opep continuou bombeando mais petróleo bruto em julho dentro do previsto nas cotas. Sob o impulso da Arábia Saudita, seu maior membro, e de Angola, o cartel bombeou 0,4 mbd em relação ao mês passado. A produção foi 30,07 mbd, o que supõe 0,7 mbd a mais que o nível de antes do início do conflito na Líbia.
Depois de mais de cinco meses de hostilidades, as reservas do país só produzem 50 mil barris por dia.
A produção da Opep permanece superior à quota de produção (24,84 mbd sem o Iraque), que se manteve inalterada, apesar da oposição da Arábia Saudita na última cúpula da organização em junho.
Sem o Iraque, que não está submetido ao regime, a Opep bombeou 27,39 milhões mbd.