Economia

Para Tombini, contenção de despesas fortaleceria o país contra a crise

postado em 11/08/2011 08:44

Num momento em que a crise nos Estados Unidos e na Europa é causada pelo desequilíbrio nas contas públicas, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ressaltou a importância do ajuste fiscal no Brasil. Em total sintonia com o discurso da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ele defendeu a contenção de despesas como forma de o país se manter forte para resistir às turbulências do cenário internacional. Uma das maneiras que o governo encontrou para mostrar aos investidores o firme compromisso em equilibrar gastos e receitas é não conceder reajuste salarial para os servidores neste ano e em 2012.

Tombini pregou um ajuste fiscal ;robusto; de forma a permitir, no futuro, ;rebalanceamentos das políticas macroeconômicas de forma responsável;. Na prática, ele ratificou a constatação feita por diversos analistas: se o governo poupasse mais, contribuiria para a redução do consumo agregado do país. Dessa maneira, o BC não precisaria combater a inflação por meio do aumento de juros, que poderiam voltar a cair. Em outras palavras, um reforço no equilíbrio das contas auxiliaria a autoridade monetária a manter os preços sob controle. ;O diferencial do Brasil, hoje, é ter uma condição fiscal bem arrumada;, frisou.

Ontem, em um seminário promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, ele endossou a preocupação do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) sobre a lenta recuperação da economia. Afirmou que os problemas devem durar pelo menos mais dois anos e que a situação atual é, em parte, a ;consequência fiscal; das medidas tomadas pelos países ricos frente à crise de 2008.

Deterioração
O mundo vai crescer menos e o Brasil precisa se precaver contra uma deterioração do cenário. ;Temos de estar preparados para um eventual agravamento da crise;, disse o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ele demonstrou preocupação com o fluxo de dólares para o país, que deve aumentar com a intenção do governo dos EUA de injetar mais dinheiro no mercado para estimular a recuperação.

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