Economia

Depois do hatch e do sedã, JAC investe no segmento dos monovolumes com o J6

Enviado Especial
postado em 11/08/2011 08:57
São Paulo ; Quando lançou o J3, há cinco meses, a JAC Motors prometeu revolucionar o mercado brasileiro de veículos. A aposta era em uma boa variedade de itens de série e a preços mais baixos que seus concorrentes. Até o mês passado, foram vendidas 11,2 mil unidades entre as versões hatch/sedã, posicionando a JAC na 13; colocação no ranking de marcas no mercado brasileiro. Agora, os chineses querem repetir a fórmula com o lançamento da minivan J6, segmento deixado de lado pelas principais montadoras ao longo dos últimos anos. Ela chega às concessionárias com boa relação custo-benefício. ;No passado, o mercado de minivans foi grande, mas ele deixou de existir porque não renovaram os modelos;, argumentou Sérgio Habib, presidente do grupo SHC, responsável pela marca no país, durante a apresentação aos jornalistas, em São Paulo.

O motor 2.0 16V tem 136 cv de potência (a 5.500 rpm) e torque de 19,1kgfm (a 4 mil rpm) e é movido exclusivamente a gasolinaA JAC espera liderar o mercado e bater de frente com a concorrência (Zafira, da Chevrolet; Livina, da Nissan; e Xsara Picasso/C4 Picasso, da Citro;n). Mas para encerrar o ano na primeira colocação, vai precisar correr contra o tempo, uma vez que o veículo teve seu lançamento adiado. Inicialmente, a JAC planejou começar as vendas do J6 simultaneamente com o J3. No entanto, a versão brasileira precisou passar por adaptações consideráveis no motor e no câmbio, em relação ao comercializado na China. ;Fizemos aproximadamente 350 modificações nos componentes antes de lançá-lo;, confirmou Habib. No total, a empresa rodou mais de 1 milhão de quilômetros em testes com o modelo.

A linha J6 chega às concessionárias nas versões de cinco (R$ 58.800) e sete lugares (R$ 59.800). A expectativa da empresa é vender até 1,5 mil unidades por mês do veículo, que tem 4,5m de comprimento, 1,75m de largura, 1,6m de altura e 2,7m de entre-eixos. Uma previsão otimista, já que as vendas dos concorrentes diretos são bem mais modestas. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores ; Fenabrave ;, no mês passado, o Livina contabilizou 1.290 unidades comercializadas, o Zafira vendeu 883 veículos e os modelos da Citro;n, 386 e 240 (C4 Picasso e Xsara Picasso, respectivamente).

Impressões
Por fora, o J6 causa uma boa impressão imediata, graças ao design italiano. Os faróis dianteiros, inspirados nas tradicionais máscaras chinesas, garantem uma identidade oriental do carro. Por dentro, ele conta com direção hidráulica, ar-condicionado digital, trio elétrico, retrovisores com ajuste eletrônico, CD Player com entrada USB, volante com regulagem de altura e com controles do sistema de som. No quesito segurança, de série, o automóvel vem com airbag duplo e freios ABS. Todos esses itens saem de fábrica nas duas versões. Entre os opcionais, pintura metálica (R$ 1.190), rodas aro 17 (R$1.600) e bancos de couro (R$ 1.400 cinco lugares, R$1.800, sete).

O motor 2.0 16V tem 136 cv de potência (a 5.500 rpm) e torque de 19,1kgfm (a 4 mil rpm) e é movido exclusivamente a gasolina, ao contrário da maior parte da frota brasileira, que já é flex. E também para os fãs do câmbio automático, é bom lembrar que o novo monovolume não tem. A JAC afirma que está trabalhando no desenvolvimento de um componente totalmente novo, mas não planeja incluí-lo em nenhum dos modelos já existentes, apenas nos carros fabricados em 2012. O argumento da montadora é que seria muito complicado, em termos de engenharia, realizar tal adaptação nas versões atuais.

Já o espaço interno é bastante positivo. Na versão de sete lugares, o porta-malas apresenta capacidade para 198 litros. Os dois bancos da terceira fileira são removíveis, o que pode ampliar a capacidade de armazenamento para 720 litros. Com apenas os bancos frontais, o compartimento interno fica com 2.200 litros. Além disso, todos os assentos possuem encosto para a cabeça. Mas falta, como em boa parte dos modelos nacionais, o cinto de três pontos para o passageiro do meio.

Um dos pontos negativos está no painel de instrumentos: o velocímetro não indica claramente velocidades intermediárias. Como, por exemplo, no espaço entre 60km/h e 80km/h (dá para confundir o motorista, que pode desviar a atenção do trânsito na tentativa de descobrir a velocidade exata). Apesar da falha, o desenho do painel agradou bastante. Assim como o J3, o monovolume tem seis anos de garantia.

Fábrica no Brasil
De olho nas oportunidades do mercado brasileiro, a JAC anunciou que vai construir sua fábrica em território nacional. O local das instalações ainda não foi definido. A montadora está avaliando questões estratégicas, que vão desde proximidade de portos e sistemistas (fornecedores diretos) até incentivos fiscais. A expectativa da empresa é que a inauguração seja feita até 2014, com o lançamento de um modelo produzido 100% no Brasil.

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