Vera Batista, Enviada Especial
postado em 14/08/2011 08:00
O avanço da procura de brasileiros pelos imóveis nos Estados Unidos começa ainda no Brasil, onde algumas empresas se especializaram em intermediar esse tipo de transação. Segundo consultores, os compradores, em sua maioria, são casais de classe A, com idades entre 35 e 55 anos e com filhos pequenos. O perfil se divide ainda entre clientes que procuram uma segunda ou terceira residência, para passar as férias, e aqueles que adquirem as unidades para investir. A ponte entre os interessados e as imobiliárias norte-americanas é feita por negociadores locais. [SAIBAMAIS]Uma delas, a Ação Dall;Oca Imóveis, de Brasília, localiza os potenciais clientes e oferece as orientações necessárias. Tarik Faraj Vieira, diretor presidente da imobiliária, explica que, após o trabalho preliminar, indica o parceiro Cristiano Piquet, presidente da Piquet Realty, companhia estabelecida em Miami desde 2005.
Para Piquet, quem procura um imóvel deve se apressar para aproveitar o que ele considera como um bom momento para as compras. A flutuação dos preços das unidades é proporcional às oscilações do dólar. No auge da crise econômica global de 2008, o valor chegou a cair 50%. Depois de 2010, entretanto, os apartamentos à beira da praia já subiram cerca de 10%. ;(Essas ofertas) começam a ficar raras. As opções novas estão acabando. Em breve, só teremos os imóveis usados. E quem comprou na baixa, vai querer lucrar;, prevê.
O potencial de ganhos com o público brasileiro é tão promissor que Piquet abriu oito empresas para dar suporte à imobiliária, entre elas um escritório de advocacia, com funcionários que falam português. As outras auxiliam no pós-venda, administram os imóveis, checam documentos, cuidam da correspondência e até ligam o carro enquanto o cliente está fora. Também organizam reserva de restaurantes, shows, cinema e teatro.
Piquet contou que, há alguns anos, a maioria dos clientes era de São Paulo e Rio de Janeiro. Agora, compradores do Norte, Nordeste e Sul do país também procuram os imóveis. Em 2010, os brasileiros gastaram cerca de US$ 1,5 bilhão no sul da Flórida. Este ano, apenas nos seis primeiros meses, a movimentação já chega a US$ 2,5 bilhões. (VB)
Facilidades
Para atrair os consumidores brasileiros, as empresas procuram reduzir ao máximo a burocracia. O comprador só precisa comprovar a renda dos últimos três meses, apresentar o extrato bancário, a declaração do Imposto de Renda dos últimos dois anos e o passaporte. Depois da transação concluída, o custo adicional é de 3,5% do valor do imóvel em taxas de transmissão. Se for paga à vista, a tarifa cai para 1,5%.