postado em 16/08/2011 08:00
As possibilidades de que a economia norte-americana enfrente uma outra recessão, o temido segundo mergulho em menos de dois anos, são de 30%, segundo uma pesquisa do jornal USA Today. A probabilidade de outra turbulência econômica dobrou na comparação com o levantamento feito há três meses (o risco era de 15%), na avaliação dos 39 renomados economistas ouvidos. Isso significa que qualquer revés no já combalido nível de atividade nos Estados Unidos, como uma piora nos mercados acionários ou um agravamento da crise fiscal na Europa daqui para a frente, pode deixar o país à beira do precipício.Mesmo se conseguir evitar uma recessão, os economistas projetam um lento crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas geradas no país) de 2,5% no próximo ano ; a estimativa inicial era de 3,1%. O presidente do escritório do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) em Atlanta, Dennis Lockhart, admitiu que o risco de o país voltar a andar para trás cresceu nos últimos dois meses. Mas, segundo ele, uma contração muito forte deve ser evitada. O economista afirmou que o Fed ainda pode fazer muita coisa caso a situação se deteriore, incluindo comprar mais títulos do governo.
;Os eventos das últimas semanas são um lembrete de que as circunstâncias podem mudar rapidamente e exigir novos estímulos monetários;, afirmou Lockhart. Na semana passada, o Fed tomou a decisão inédita de prometer manter as taxas de juros perto de zero por pelo menos mais dois anos. A medida revela a forte intenção de estimular o crescimento econômico, embora não tenha sido seguida de mais uma injeção multibilionária de recursos no mercado, como esperavam os investidores.
Nas duas primeiras vezes em que fez isso, o Fed derramou US$ 1,2 trilhão para incentivar os empréstimos pelos bancos, mas sem sucesso. Ontem, porém, relatório da autoridade monetária afirmou que as instituições começaram a facilitar as concessões de financiamentos para consumo e investimento. ;Ao mesmo tempo, os bancos reportaram uma demanda levemente menor para algumas categorias de empréstimos imobiliários residenciais;, informaram os técnicos.
Buffett propõe imposto maior
O bilionário investidor Warren Buffett pediu ontem que o Congresso dos Estados Unidos aumente os impostos das pessoas mais ricas, com o objetivo de reduzir o enorme deficit orçamentário do país. Para ele, a medida não afetará os investimentos ou os empregos. Em um artigo publicado no jornal The New York Times, o diretor do fundo de investimentos Berkshire Hathaway propõe uma elevação dos tributos para os norte-americanos com renda superior a US$ 1 milhão por ano e uma alta ainda maior para os que recebem mais de US$ 10 milhões. ;Nossos líderes pediram ;um sacrifício compartilhado;. Mas, quando fizeram esse pedido, me excluíram. Perguntei a meus amigos megarricos quais sacrifícios esperavam que fossem impostos a eles. Eles também não foram afetados;, escreveu. ;Enquanto os pobres e a classe média combatem por nós no Afeganistão e enquanto muitos lutam para chegar ao fim do mês, nós, os megarricos, continuamos nos beneficiando com isenções
fiscais extraordinárias.;