postado em 17/08/2011 07:55
A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita Federal prenderam 18 pessoas na Operação Alquimia deflagrada nesta manhã de quarta-feira (17/8) em 17 estados mais o Distrito Federal. O objetivo é apurar fraudes fiscais de 300 empresas nacionais e estrangeiras, além de falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A PF calculada um rombo de aproximadamente R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
Para a ação, foram expedidos 31 mandados de prisão temporária, 129 de busca e apreensão, 63 de condução coercitiva (quando o suspeito presta depoimento e, em seguida, é liberado), 62 de sequestro de bens de pessoas físicas e 195 de sequestro de bens de pessoas jurídicas ; incluindo ilhas, já que a maior parte das empresas estrangeiras são nas Ilhas Virgens britânicas.
Os estados onde ocorre a operação são: Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. De acordo com a PF, ações apenas de sequestro de bens acontecem também nos estados de Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Piauí, além do Distrito Federal.
A Justiça Federal também decretou o sequestro de bens, incluindo veículos, embarcações, aeronaves e equipamentos industriais e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos. Participam da operação cerca de 90 auditores fiscais da Receita Federal e cerca de 500 policiais federais. Os estados em destaque na operação são Bahia, São Paulo e Minas Gerais. Uma coletiva será realizada às 10h30 na sede da PF no estado mineiro. Só na Bahia, são aproximadamente 23 mandados, segundo informações preliminares da PF.
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"Laranjas" são o alvo
As investigações tiveram início quando a Receita Federal detectou indícios de crimes contra a ordem tributária em uma das empresas investigadas. Havia também a suspeita de existência de fraudes na constituição de empresas utilizadas como ;laranjas;, empresas sediadas em paraísos fiscais, factorings (atividade de fomento mercantil) e até fundos de investimento utilizados na suposta fraude. O esquema seria utilizado para forjar operações comerciais e financeiras e não recolher os tributos devidos ao Fisco.
Segundo a PF, o nome da operação se refere à prática da Alquimia, que combina elementos e envolve a aplicação de métodos de produção e transformação de elementos químicos. Ao sonegarem tributos, as empresas, em sua maioria ligadas ao ramo de produtos químicos, enriqueceram às custas de lesões ao erário.