Agência France-Presse
postado em 19/08/2011 20:56
NOVA YORK - Os advogados de Nafissatou Diallo, que acusa Dominique Strauss-Kahn de estupro, negaram nesta sexta-feira ter buscado um acordo financeiro com o ex-presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca da retirada do processo civil."Essa história é falsa. É uma notícia que ataca sem fundamentos Diallo e seus advogados para que as pessoas se esqueçam que Strauss-Kahn atacou e agrediu sexualmente uma mulher inocente dentro do Sofitel", disse à AFP um dos advogados, Douglas Wigdor, consultado por telefone.
Nesta sexta-feira, dois jornalistas dos Estados Unidos afirmaram que o promotor encarregado do caso de Strauss-Kahn pretende descobrir se a empregada de hotel que acusou o ex-chefe do FMI de ataque sexual buscou um acordo financeiro com ele em troca da retirada do processo.
As conversas secretas em busca de um acordo teriam acontecido entre os advogados de Dominique Strauss-Kahn e de Nafissatou Diallo na última semana de junho, segundo o jornal Daily Beast, que cita fontes ligadas ao caso.
O promotor Cyrus Vance pretende descobrir se o advogado da mulher propôs, durante as discussões, não cooperar com a investigação em troca do acordo econômico, completa o jornal. Vance pediu a Kenneth Thompson, advogado de Diallo, o fornecimento de qualquer informação sobre as eventuais negociações, segundo o Wall Street Journal, que cita fontes não identificadas ligadas ao caso.
O escritório do promotor, procurado pela AFP, se recusou a fazer comentários. Kenneth Thompson não foi encontrado para ser consultado. As negociações, caso sejam confirmadas, representariam um novo golpe à credibilidade de Diallo, que acusou DSK de tentativa de estupro em uma suíte no hotel Sofitel de Manhattan em 14 de maio. As revelações são feitas a poucos dias de uma nova audiência, programada para terça-feira, em Nova York.
Strauss-Kahn se declarou inocente em 6 de junho de sete acusações, incluindo tentativa de estupro, relações sexuais ilícitas (sexo oral forçado) e sequestro.