postado em 24/08/2011 19:31
Rio de Janeiro - Para a economista Stephany Griffith-Jones, diretora de Pesquisa de Mercados Financeiros da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, há um consenso dos especialistas internacionais sobre a necessidade de fortalecer a regulação financeira dos países em desenvolvimento e também sobre a gestão da conta capital para enfrentar o excesso de liquidez da economia mundial.Stephany participou de seminário sobre o tema promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Undesa), no Rio de Janeiro. Segundo ela, a experiência brasileira na regulação do mercado de derivativos foi considerada pelos participantes do encontro ;extremamente interessante; e será estudada, com vistas à aplicação em outros países.
Diante do temor em relação ao efeito que o excesso de liquidez na economia mundial possa ter sobre o câmbio nos países considerados emergentes, ela apresentou a proposta de que Estados Unidos e Europa deveriam procurar regular a saída de capital e a assumir o risco de seus bancos e fundos. Ela avaliou que ;isso seria bom para eles, porque a intenção é aumentar o crédito em suas economias. E seria bom para os países emergentes, que não querem todo esse dinheiro.;
A economista apontou que os países em desenvolvimento devem adotar medidas para conter a apreciação cambial, porque isso é danoso sobretudo para as exportações. É preciso elevar alguns impostos, como o Brasil está fazendo, sugeriu.
A ideia dos participantes do seminário, disse Stephany, é criar uma espécie de fórum onde os países em desenvolvimento possam trocar experiências. ;É um intercâmbio entre os países, que terão a possibilidade de adotar posições comuns e se ajudar para decidir quais são as melhores políticas para manejar o fluxo de capitais e também o mercado financeiro doméstico.;
Um tema importante, destacou, é a regulação contracíclica que em momentos de euforia freia o crescimento para, nos maus momentos, poder aumentá-lo. Outro ponto de destaque é o papel positivo dos bancos públicos. Stephany disse que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um exemplo importante de empréstimos contracíclicos.