postado em 31/08/2011 08:00
Os inquilinos que têm contratos de aluguel reajustados em setembro devem se preparar para uma salgada correção de 8%, valor correspondente à inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M). Embora a taxa tenha sido ligeiramente menor do que a reposição imposta pelos proprietários no mês passado (8,4%), o valor ainda supera de longe a remarcação média dos demais custos da economia no mesmo período, de 6,8%. Para a Fundação Getulio Vargas (FGV), o comportamento favorável em 12 meses deve continuar no próximo mês, pois o
IGP-M dificilmente ultrapassará o 1,15% aferido em igual período de 2010. Se for confirmado, será a oitava desaceleração seguida do índice acumulado. ;Muito provavelmente, o IGP-M no mês que vem deve ficar menor que esse percentual;, afirmou André Braz, economista da instituição.
Apesar do alívio no acumulado em um ano, a chamada inflação do aluguel deve voltar a ser uma dor de cabeça para produtores e consumidores, uma vez que o resultado mensal apontou este mês a reversão das quedas de preços observadas em junho e julho. O IGP-M registrou em agosto avanço de 0,44% ante o recuo de 0,12% do mês anterior. Foi a maior alta em quatro meses.
O repique, puxado pelos custos ao produtor, que saíram de -0,22% para 0,57% em agosto, foi disseminado na economia e, de acordo com avaliação de Nilson Teixeira, economista-chefe do Banco Credit Suisse, deve sustentar a carestia nos próximos meses. ;Além do
comportamento do atacado, a inflação ao consumidor também aumentou e tende a se manter em patamar mais alto nos próximos meses, em função da dinâmica dos alimentos, dos combustíveis e de algumas tarifas administradas, como energia elétrica e telefone fixo (que devem ficar mais caros);, comentou.
No resultado de agosto, o consumidor também pagou mais pelos mesmos itens. O indicador saiu do campo negativo (-0,13%) para avançar 0,21%. Em conjunto com os preços no atacado, os reajustes ao consumidor devem manter a inflação pressionada. Para o economista-chefe do Banco Bradesco, Octávio de Barros, as correções nas etiquetas continuam, mas ;no ritmo esperado;.