postado em 31/08/2011 15:56
O aumento de contratações de trabalhadores que normalmente ocorre no segundo semestre, levando a uma redução da taxa de desemprego, pode não seguir o mesmo ritmo dos anos anteriores, segundo a avaliação da economista Patrícia Costa, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). ;Existe um ponto de interrogação;, disse ela sobre o comportamento do mercado de trabalho.Essa dúvida é justificada pelos resultados observados na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) feita em conjunto pelo Dieese e a Fundação Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), no período de maio a julho deste ano, em que os dados apontaram estabilidade na taxa de desemprego em um período quando é comum iniciar um processo de aumento de vagas em comparação aos meses anteriores do ano.
Em julho, a taxa de desemprego ficou inalterada em 11% no conjunto das seis regiões metropolitanas (São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador), além do Distrito Federal, onde é feita a pesquisa. Em três localidades houve quedas nos índices: Distrito Federal (-2,4%); Belo Horizonte (-1,3%) e Recife( -1,4%). Já em Porto Alegre, a taxa aumentou 2,6%; em São Paulo oscilou 0,9%; em Salvador 0,6% e em Fortaleza foi registrada a mesma taxa do mês anterior, 9,7%.
Entre o total de demissões e contratações houve um saldo positivo de 67 mil vagas, mas 81 mil pessoas ingressaram no mercado de trabalho. O setor do comércio foi o que mais expandiu o número de empregados com a geração de 40 mil posto de trabalho, l,2% mais do que em junho. Em segunda posição, a indústria abriu 36 mil vagas, com um aumento de l,2%.
Em outros setores foram criadas 12 mil vagas, alta de 08%. Na construção civil, houve ampliação de 6 mil, com alta de 0,5%, e em serviços ocorreu movimento inverso, com o corte de 27 mil empregos, 0,3% abaixo do mês anterior. Na explicação do técnico da Fundação Seade Alexandre Loloian, o setor de serviços passa por ;um momento de ajustes; nas contratações depois de um expressivo período de aquecimento.
Nos últimos 12 meses, houve aumento de 519 mil ocupações, acima da quantidade de pessoas que passaram a disputar uma das vagas (232 mil).
O rendimento médio dos ocupados caiu pelo oitavo mês consecutivo com valor 0,5% inferior a maio, em junho, ou R$ l.356,00. No caso dos assalariados não houve alteração com valor de R$ l.409,00.