Agência France-Presse
postado em 01/09/2011 13:20
Xangai - Três empresas chinesas pagarão 1,95 bilhão de dólares por 15% das ações da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), maior produtora mundial de nióbio, um metal altamente valorizado, informou nesta quinta-feira (1;/9) a imprensa chinesa. O Taiyuan Iron and Steel Group, o conglomerado financeiro do CITIC Group e o Baosteel Group, chegaram a um acordo para a operação, concluída nesta quinta-feira, informou a agência oficial Xinhua em seu site.A CBMM é especializada na extração de nióbio, e controla mais de 80% do mercado mundial. "Esta compra bem-sucedida tem um enorme significado para a estabilidade do abastecimento de recursos de nióbio", assegurou a Xinhua, que cita especialistas.
O nióbio é um metal de cor branca-acinzentada, duro, maleável, fundamental para a produção de aços inoxidáveis especiais, caracterizado pela extraordinária estabilidade ante a ação dos agentes químicos. Ele é utilizado em ligas de alta temperatura e em ligas supercondutoras. Pode ser utilizado na fabricação de automóveis, reatores nucleares, jatos e mísseis.
A mineradora brasileira, parte do Grupo Moreira Salles, extrai, processa, manufatura e vende produtos a base de nióbio, segundo seu site. A China, segunda maior economia mundial, está em busca de reservas estratégicas de recursos-chave em todo o mundo para suprir a alta demanda de sua indústria, em particular de matis de terras raras.
O Taiyuan Iron and Steel Group, com sede na província de Shanxi, é uma grande produtora de aço inoxidável, enquanto a Baosteel, com sede em Xangai, é a segunda maior produtora de aço da China. Este acordo é similar a outro obtido por um consórcio de empresas japonesas e sul-coreanas em março para a compra de uma participação na CBMM, também por 1,95 bilhão de dólares.
O consórcio é integrado pelas japonesas Nippon Steel, JFE Steel, Sojitz e pelas estatais Japan Oil, Gas and Metals National Corp, assim como pelas sul-coreanas Posco e National Pension Service (NPS). Estas companhias asseguraram que buscavam um abastecimento estável do metal, já que China, Índia e outros países emergentes produzem aço inoxidável.
A demanda mundial de nióbio cresceu cerca de 10% em ritmo anual, enquanto as importações deste metal na China praticamente duplicaram nos quatro últimos anos e seguirão crescendo nos próximos, disse a Xinhua, embora não tenha divulgado dados.