postado em 02/09/2011 17:41
São Paulo ; As estatais Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) e Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) arremataram a maioria dos lotes de linhas de transmissão e de subestações de energia ofertados nesta sexta-feira (2/9) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No leilão, que ocorreu na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), foram licitadas 14 linhas de transmissão, com extensão total de 2 mil quilômetros (km) e 12 subestações. O leilão terminou com deságio médio de 22,74%. Os empreendimentos devem gerar cerca de 11,6 mil empregos diretos.O maior empreendimento, cuja receita anual permitida foi limitada em R$ 121,1 milhões, teve apenas um interessado: o consórcio Boa Vista, formado pela Eletronorte (49%) e Alupar Investimentos (51%). Nesta oferta não houve deságio. O consórcio vencedor terá prazo de 36 meses para concluir duas linhas de transmissões e duas subestações, interligando os estados do Amazonas e de Roraima. Os investimentos vão ajudar a reduzir a necessidade de importação de energia elétrica da Venezuela.
A falta de concorrência se deveu, segundo o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner, às dificuldades de execução das obras, já que as linhas de transmissão atravessam áreas indígenas e provocam impactos ambientais. ;Isso nos leva a refletir se, em lotes com essas características, seria melhor realizar o leilão apenas após encerrado o processo de licenciamento ambiental;, ponderou ele.
Na avaliação do executivo, no entanto, o leilão foi um sucesso, mesmo com deságio abaixo da média histórica, de 25%. Esta diferença, de acordo com ele, se deve, unicamente, ao resultado do leilão do primeiro lote, onde não houve deságio. Rübner observou que os leilões buscam, no médio e longo prazos, baratear a tarifa de energia elétrica.
A Eletronorte venceu mais dois lotes, para construir subestações nos municípios de Belém e Tucuruí, no Pará.
Já a Chesf ficou com três lotes e ainda vai participar do segundo maior maior empreendimento leioloado, por meio de participação no consórcio Garanhuns, que tem a Companhia de Transmissão de Energia (Cteep) como controladora, com 51% de participação. O consórcio foi o vencedor do lote L, que prevê cinco projetos de extensão de linhas de transmissão e de instalação de duas subestações na Paraíba e em Pernambuco.