Economia

Estados Unidos processam bancos envolvidos no caso dos subprimes

Agência France-Presse
postado em 02/09/2011 18:20
Nova York - Dezessete bancos e instituições financeiras americanas estão envolvidos em um processo apresentado nesta sexta-feira (2/9) pela Agência Federal de Financiamento Imobiliário (FHFA, na sigla em inglês), que acusa a estes organismos de fraudes e manipulações que culminaram na crise de crédito do setor hipotecário americano ("subprime"), iniciada em 2007, disse a própria FHFA nesta sexta-feira em comunicado.

O New York times já havia noticiado o processo em sua página na internet e este foi confirmado pela FHFA na noite desta sexta-feira (local). Os processos envolvem instituições como JPMorgan Chase, Goldman Sachs, Bank of América e Deutsche Bank.

Após o anúncio feito pelo New York Times, os títulos dos principais estabelecimentos financeiros americanos passaram a apresentar quedas na Bolsa de Nova York. As ações questionam o papel desempenhado pelos bancos na renegociação de créditos hipotecários de alto risco - baseados em investimentos de devedores artificialmente incrementados e inclusive falsificados - sob a forma de título da dívida vendidos nos mercados.

Esses créditos, chamados "subprime", geraram a crise financeira que teve início em 2007 e teve seu auge em 2008-2009, quando o sistema como um todo entrou em colapso após o "default" (calote) de milhares de devedores e a queda dos títulos, o que resultou na bancarrota do banco de investimentos Lehman Brothers, no dia 15 de setembro de 2008.

Esta crise da "subprime" gerou perdas de 30 bilhões de dólares ao Fannie Mae e ao Freddie Mac, dois organismos semi-estatais de refinanciamento hipotecário, que foram salvos da falência pelas autoridades federais americanas em setembro de 2008 através do dinheiro dos contribuintes. Os dois bancos, sozinhos, são responsáveis por 90% de todo o crédito imobiliário acordado nos Estados Unidos.

A FHFA vai exigir o reembolso dos 30 bilhões de dólares que o Fannie Mae e o Freddie Mac perderam em títulos de créditos hipotecários, explicou o The New York Times.

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