Agência France-Presse
postado em 02/09/2011 19:04
Nova York - Os preços do barril de petróleo terminaram em forte baixa nesta sexta-feira (2/9) em Londres e em Nova York devido a publicação de cifras de emprego decepcionantes nos Estados Unidos, que deixaram os índices no vermelho mesmo com as perturbações causadas pela tormenta tropical Lee nas zonas de produção da commodity no Golfo do México. O barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado em EUA) para entrega em outubro fechou o dia no New York Mercantile Exchange (Nymex) a 86,45 dólares, em baixa de 2,48 dólares em relação à quinta-feira.Em Londres, o Brent do mar do Norte com igual vencimento caiu 1,96 dólar, encerrando a 112,33 dólares no IntercontinentalExchange. Após 10 meses consecutivos de criação de empregos, a economia americana não registrou criação de novos postos em agosto, contrariamente ao esperado pelos analistas. Além disso, a taxa de desemprego se manteve em um nível muito alto, de 9,1%, segundo o relatório mensal sobre emprego publicado nesta sexta-feira.
Este documento é considerado um termômetro fundamental para avaliar a situação da economia dos Estados Unidos, maior consumidor mundial de petróleo. "O conjunto do mercado de matérias-primas reagiu fortemente ao informe de emprego e o barril de WTI chegou a cair a cerca de 85 dólares" em Nova York, antes de limitar suas perdas no fechamento, disse Bart Melek, responsável pelo Departamento de Matérias-primas da TD Securities.
Alguns analistas haviam apostado no início do pregão em uma reversão da tendência de baixa antes do fechamento, devido aos acontecimentos meteorológicos no Golfo do México, onde a tormenta tropical Lee ameaça as instalações petrolíferas que produzem um quarto do petróleo americano, mas os preços se mantiveram em forte baixa.
Quase 48% da produção petrolífera da região foi suspensa, assim como 33% da extração em alto mar de gás. "É somente uma tormenta, não um furacão. A produção pode ser suspensa temporariamente, mas não por muito tempo", disse Melek. "Finalmente todo o mundo sabe que a economia mundial não avançará muito, e que as reservas (de petróleo) estão elevadas, principalmente nos Estados Unidos", disse o analista da TD Securities. "Além disso, a provável reativação das exportações de petróleo líbio permitirá flexibilizar os preços", completou.