Economia

Wall Street teme recessão e conta com Obama para reativar mercado

Agência France-Presse
postado em 02/09/2011 20:42
Nova York - Após a alta do final de agosto, a Bolsa de Nova York retomou a trajetória de queda em decorrência da publicação de cifras negativas sobre emprego nos Estados Unidos, que fizeram reaparecer os temores de recessão no país. O mercado conta agora com a ajuda do presidente Barack Obama - que discursa na quinta-feira - para evitar um novo naufrágio econômico.

No balanço semanal, Wall Street e Nasdaq permaneceram próximos da estabilidade: o Dow Jones perdeu 0,39%, fechando a 11.240,26 pontos, enquanto que o Nasdaq, de predomínio tecnológico, perdeu 0,02%, a 2.480,33 pontos ao final desta sexta-feira. No mesmo período, o índice ampliado Standard and Poor;s 500 perdeu 0,24%, fechando a semana cotado a 1.173,97 pontos. Após ter registrado novas contratações durante dez meses consecutivos, a economia americana não criou nenhum emprego em agosto pela primeira vez em um ano, mantendo a taxa de desemprego no elevado patamar de 9,1%.

Para os analistas do Unicredit, a ausência de criação de empregos "reforça claramente a ideia de que os Estados Unidos já entraram ou estão por entrar em recessão". "A situação é verdadeiramente ruim e é isso que reflete o mercado. A esperança é que isto obrigará aos políticos, ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e a Washington a atuar", disse Hugh Johnson, diretor e gestor de ativos da Hugh Johnson Advisors.

Wall Street espera com ansiedade o discurso de combate ao desemprego que Obama pronunciará na quinta-feira ante o Congresso. Com este clima econômico ruim, "qualquer notícia de socorro à economia americana ajudará a reativar os mercados financeiros", disse Marc Pado, analista da Cantor Fitzgerald.

Contudo, faltando 14 meses para as eleições presidenciais e um mês depois do rebaixamento da nota da dívida soberana americana por parte da agência classificadora Standard and Poor;s, Obama enfrenta uma oposição ferrenha, que deve manter bloqueios no Congresso. "O Congresso deve aceitar a lei sobre o emprego que o presidente irá propor" para que a economia se reative, disse Johnson, que advertiu sobre os riscos de assistir à novas perdas nos mercados de ações "durante as próximas três semanas". Além do discurso de Obama, os investidores estarão atentos na semana que vem a publicação na terça-feira do índice ISM de atividade nos serviços para o mês de agosto.

No dia seguinte, o Fed apresentará seu informe sobre o estado da economia americana, que permitirá prever as decisões que serão tomadas nos dias 20 e 21 de setembro durante a reunião do Comitê de Política Monetária do banco central (Fomc, na sigla em inglês).

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