Economia

Versão de entrada do subcompacto 500 da Fiat chega ao país por R$ 39,9 mil

Leonardo Meireles, Enviado Especial
postado em 08/09/2011 09:19

A expectativa do fabricante é que com a redução de preço o subcompacto possa competir com modelos de outros segmentos no Brasil e aumentar a fatia de participaçãoMiami (EUA) ; Primeiro, a Fiat uniu-se à Chrysler, marca de respeito em território dos Estados Unidos. Depois, construiu uma fábrica em Toluca, no México, do ladinho de terras ianques. Na semana passada, em Miami, os italianos continuaram caminhando a passos largos para voltar ao mercado norte-americano, deixado de lado em 1983. E pode parecer incrível, mas o ;passo largo; veio com um carro de tamanho bem tímido: o 500 (Cinquecento).

Mas seus parcos 3,54m de comprimento foram compensados por uma festa de arromba realizada em Miami. Com mais de 150 jornalistas presentes ; de países como Brasil, Argentina, Peru e Panamá, entre outros ;, a Fiat usou de musical e dança para mostrar a entrada de seu produto mundial ; sim, o 500 será o carro mundial da marca italiana ; nos Estados Unidos.

A presença da mídia brasileira no lançamento do 500 tinha sua razão: o mesmo carro que já está à venda por lá será também vendido aqui, com o mesmo motor, a mesma segurança e um preço muito menor: a partir de R$ 39.900. Afinal, a taxa de 35% paga pela importação do 500 feito na Polônia agora cai, conforme acordo comercial entre brasileiros e mexicanos.

Antes do lançamento do subcompacto, os jornalistas especializados apostavam em uma queda de preço grande. O 500 ;mais barato; era o Sport 1.4, com 16v, que saía por volta de R$ 59 mil. Com o nome diferente, a versão mais simples do carrinho será a Cult 1.4 flex, que aparece com preço inicial de R$ 39.900. A mais ;bombada;, por outro lado, será a Lounge Air 1.4, que completa chegará por volta de R$ 64 mil. Somente para o mercado tupiniquim haverá um modelo especial, o Prima Edizione, com logotipos e detalhes especiais, por R$ 50.400.

O valor de R$ 39.900 pode chegar até o público da classe B, segundo os diretores da Fiat. E fazer o Cinquecento ;comer da própria carne;, e não só ser concorrente dos seus iguais, como o Mini Cooper, o Smart e o New Beetle.

;Certamente, vamos roubar algum volume de venda dos nossos modelos. Mas isso já ocorreu quanto lançamos o Palio em relação ao Uno;, relatou Lélio Ramos, diretor comercial da empresa, que ficou bastante incomodado quando o principal ;defeito; do veículo foi questionado durante a coletiva de imprensa. ;Tentamos mostrar que um carro pequeno também pode ter conteúdo. Uma Ferrari, por exemplo, só cabem duas pessoas;, alardeou, comparando o 500 com uma das máquinas mais desejadas do mundo ; e que pertence ao Grupo Fiat.

Conteúdo
O tal ;conteúdo; a que Lélio Ramos se refere são as modificações feitas para o modelo norte-americano, as quais também chegarão ao Brasil. Segundo os responsáveis pela marca, são novidades significativas em termos de motor, câmbio, cores e preços (veja ficha técnica). O principal diferencial é o sistema batizado de MultiAir, nas versões Sport Air e Lounge Air (sistema eletro-hidráulico, que melhora a entrada de ar no motor e a combustão). ;Vai diminuir em 10% o consumo de combustível e o carro ainda ganha em torque;, promete Claudio Demaria, diretor de engenharia da Fiat para a América Latina. Na versão Cult, o motor é o Evo.

Segundo Claudio, outras diferenças são a adequação às normas de segurança dos EUA, muito mais severas, e o incremento do desempenho. No primeiro quesito, houve uma modificação da carroceria e da estrutura para aguentar impactos de até 80km/h, pontos luminosos na lateral, de dois a sete airbags (dependendo da versão) e freios ABS de série.

No quesito desempenho e conteúdo, houve modificações nos amortecedores, nas molas e nos batentes, incremento de 10mm de altura em relação ao solo, ar-condicionado com 18% a mais de volume de ar (o que esfriaria mais rápido o interior do veículo, além de ser mais silencioso), novo cano de descarga e sistema de som da marca Bose.

;Pesquisas mostram que o consumidor está mais exigente por causa dos vários lançamentos do mercado. E há também o surgimento do segmento cult: carros pequenos, mas com conteúdo e preços elevados;, garante Carlos Eugênio Dutra, diretor de produto e exportação para a América Latina. ;O nosso objetivo com o Cinquecento é ter um veículo top, cult e barato;, conclui Dutra.

E exatamente para um público que pode ter um segundo carro ou que seja o primeiro, mas sem problemas para carregar filhos, o 500 tem um perfil bastante interessante. Suas combinações de cores e versões, por exemplo, podem chegar a 72, garantindo uma certa personalidade e individualidade do carro, excelente em termos de veículo design. Quem se liga em redes sociais, os modelos mais caros contam com um mecanismo chamado Ecodrive , em que os dados do automóvel podem parar no Twitter e no Facebook. E para os preocupados com o meio ambiente, o engenheiro Demaria garante, no motor MultiAir, 16% a menos de emissão de gás carbônico, 5% a mais de potência e 5% a menos de consumo de combustível.


Ficha

Fire 1.4 EVO (Cult)
; Cilindrada: 1,4l
; Combustível: gasolina/etanol
; Potência: 85/88cv a 5.750rpm
; Torque: 12,4/12,5kgfm a 3.500rpm
; Emissões: Proconve F-V

Fire 1.4 16v MultiAir
(Sport e Lounge)
; Cilindrada: 1,4l
; Combustível: gasolina
; Potência: 105cv a 6.250rpm
; Torque: 13,6kgfm a 3.850rpm
; Emissões: Proconve F-V


Análise de dados

O Ecodrive consiste em uma entrada de USB no console do carro em que o motorista pode inserir um pendrive, por exemplo. O mecanismo recolhe dados de como o condutor está dirigindo, o consumo, as freadas, o tempo de permanência no trânsito, entre outros. Essas informações são levadas para um computador e colocadas em uma página específica, que vai analisar a forma de condução e dizer como taxas de consumo e de emissão de gás carbônico podem ser melhoradas. Se o dono do carro quiser, pode entrar em uma comunidade para comparar dados e lançar no Twitter e no Facebook como ele está se comportando no trânsito.

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