Economia

Problemas na rede elétrica do DFtraz riscos para a Copa do Mundo de 2014

postado em 11/09/2011 08:20
Candidato a abrigar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014, o Distrito Federal corre contra o tempo para sanar os pontos sensíveis de sua crescente rede de energia, origem de constantes cortes de fornecimento. Com esse objetivo, a Companhia Energética de Brasília (CEB) negocia um empréstimo de R$ 800 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para reforçar as linhas de transmissão e distribuição.

A maior parte dos recursos seria usada na quitação de suas dívidas de curto prazo e o restante iria para novos investimentos. O passivo da estatal está em R$ 877 milhões, sendo quase metade com vencimento até 2016 e a ser coberta pelo financiamento federal. O governo distrital espera que o empréstimo do BNDES saia ainda este ano, dando como garantia terreno avaliado em R$ 274 milhões, localizado no Noroeste, um dos bairros mais valorizados do Brasil.



A CEB é dona do quarto pior índice de satisfação do consumidor entre as concessionárias das 12 cidades sede da Copa, conforme pesquisa anual da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ela só está à frente de Cemat (MT), Amazonas Energia (AM) e Coelba (BA). A estatal admite que sua distribuição apresenta falhas por operar no limite, com subestações sendo exigidas até acima da capacidade e mais de um terço dos transformadores em igual situação.

[SAIBAMAIS]Para o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), as concessionárias em geral estão se sentindo livres para deixar de investir na confiabilidade de seus serviços. ;Até a presidente Dilma Rousseff cobrou fiscalização e nada aconteceu;, lembra. O próprio setor estima que o país precisa investir R$ 4,7 bilhões para que as sedes tenham eletricidade garantida no evento.

Os cortes no fornecimento de energia no DF têm motivado processos judiciais de consumidores, que cobram ressarcimento por perdas variadas. A concessionária vem afirmando, contudo, que Furnas, empresa de transmissão do governo federal, é responsável por boa parte dos apagões ocorridos este ano na sua área de atuação. ;Brasília, como qualquer grande capital do país, depende da agilidade do Operador Nacional do Sistema (ONS) para evitar grandes cortes em cascata e da fiscalização do regulador para exigir investimento em qualidade;, comenta Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).

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