Economia

Grécia cria imposto para reduzir déficit

postado em 12/09/2011 08:00
Papandreou (à direita) afasta saída do país do euro e diz que cenários que preveem a possibilidade não são sérios

Esmagado pelas pressões externa e dos milhares de populares dentro do próprio país, o primeiro ministro da Grécia, George Papandreou, anunciou ontem a criação de um imposto sobre o setor imobiliário, na tentativa de ampliar as receitas e equilibrar o deficit público. O ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, adiantou que a nova taxação será recolhida por meio das contas de energia elétrica. ;É um imposto especial sobre o setor imobiliário.; A expectativa é de que a tarifa renda cerca de 2 bilhões de euros aos cofres gregos.

Serão cobrados, em média, 4 euros por metro quadrado, variando de 50 centavos nas zonas mais pobres até 10 euros nas áreas mais ricas do país. Além disso, os políticos e altos funcionários renunciarão a um pagamento mensal de seus salários.

As medidas surgem como resposta aos rumores que tomaram conta dos mercados, durante a semana passada, de que as autoridades não conseguirão cumprir as metas fiscais firmadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) ; exigidas pelas instituições como contrapartida aos pacotes de socorro.

Em conferência na cidade grega de Tessalônica, Papandreou aproveitou para rebater as críticas ao governo e desqualificou as avaliações de que o país poderia deixar a Zona do Euro e retornar ao dracma, padrão monetário anterior. ;Esses cenários não são sérios. Uma saída do euro criaria um efeito dominó que levaria à dissolução do bloco;, avaliou.

A análise, publicada primeiro em reportagem na revista alemã Der Spiegel, foi reiterada pelo
presidente do partido da União Social-Cristã da Baviera, Horst Seehofer. A legenda faz parte da coalizão de centro-direita da chanceler alemã, Angela Merkel. Seehofer afirmou que a Grécia precisa cumprir as condições exigidas pela UE e pelo FMI em troca de novos empréstimos. ;Se os gregos não tiverem sucesso, apesar de todos os seus esforços, aí não se pode descartar isso (a saída do país do bloco);, ponderou. Em artigo publicado em um jornal alemão, o ministro da Economia do país, Philipp Roesler, engrossou o coro de pressões sobre Merkel e destacou que um calote grego não pode mais ser considerado um tabu. ;Para estabilizar o euro, não pode mais haver nenhum tabu. Isso inclui, se necessário, uma moratória ordenada da Grécia, se os instrumentos necessários estiverem disponíveis;, defendeu.

Empenhado em controlar a crise econômica, Papandreou voltou a dizer que o governo está disposto a evitar a bancarrota grega e descartou a realização de novas eleições. ;Este não é o momento para novas eleições e sim para batalhar. Esta situação é similar a estar em uma guerra e eu estou pedindo ao povo grego dinheiro para comprar armas;, completou.

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