Economia

Inflação de balada, teatro e bares vai a 7,9%, superando a média geral

postado em 14/09/2011 08:00

A noite brasileira está cada vez mais cara. Ir a restaurantes, festas e happy hours pesa cada vez mais no bolso de quem não abre mão de uma boa balada. Pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que, nos últimos 12 meses, a inflação da noite ficou em 7,91%, o que superou a média geral, de 7,23%. Entre os itens que puxaram o índice estão os prediletos do brasileiro, como shows musicais, que subiram 13,09% no período, teatro (11,61%) e bares (9,35%). Devido à lei seca, despesas com táxi também entraram na lista de custos dos baladeiros ; esses gastos ficaram 9,3% mais caros.

A escalada dos preços já foi sentida pela estudante Lorenna Borges Stadler, 24 anos. ;Algumas festas que eu costumava ir ficaram inviáveis. Está tudo muito caro. Hoje em dia, procuro ir a eventos onde não se cobra a entrada;, relatou. Ainda assim, Lorenna desembolsa quase todo o seu ganho mensal com diversão. ;Saio, pelo menos, cinco dias por semana. Considero importante para descontrair, principalmente para dançar e confraternizar com os amigos;, disse.

Amigo de Lorenna, o assessor comercial José Lúcio de Góis Neto, 24 anos, também sofre com preços abusivos em casas noturnas. ;Não é permitido entrar com bebida alcoólica na festa. Você tem de comprar lá, pelo triplo do valor cobrado em um supermercado;, reclamou. Ao todo, José Lúcio gasta 40% de seu salário com lazer. O comerciante Anderson Rocha Alves Vieira, 35, também se considera baladeiro e sofre com alto custo da diversão. ;Acompanho esses preços há muito tempo e as coisas nunca estiveram tão caras;, avaliou.

O economista da FGV André Braz explica que a alta foi motivada, principalmente, pelo aquecimento da economia brasileira. ;O mercado de trabalho está favorável. Com mais pessoas empregadas e salários maiores, há espaço para se cobrar mais caro;, observou. O especialista destacou, ainda, que os valores praticados na noite são medidos pelo preço da mão de obra ; ou seja, se os empregados ganham mais, o produto final também encarece.

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